Mulher tenta reaver imóvel ocupado por outra pessoa e atual moradora diz que também foi lesada; Prefeitura responde

por Carlos Britto // 01 de julho de 2020 às 15:06

Foto: Blog Carlos Britto/ Wanderley Alves

Poliana dos Anjos, moradora do Bairro João de Deus, zona oeste de Petrolina, vive um dilema. Ela revelou que, desde 2015, após ser contemplada com um imóvel do Programa ‘Minha Casa Minha Vida’, localizado no Residencial Brasil, tenta ter acesso a moradia, que está ocupada por outra pessoa.

“Eu fui contemplada com uma casa em 2015, e estou pagando até hoje essa casa. Tenho [contrato] com o Banco do Brasil e todo mês eu pago certinho. Acionei o Ministério Público Federal, tenho procurado prefeitura, a secretaria de Habitação no tempo era Ednaldo Lima ainda. E tenho toda a documentação em mãos e estou pagando até hoje. Eu vivo numa casa cedida e preciso da minha casa, porque eu não posso ficar só pagando assim não”, contou à reportagem do Programa Carlos Britto, na Rural FM. 

Na época, ela também lembra que foi chamada na prefeitura, após uma denúncia de irregularidades. “Falaram que eu tinha sido denunciada, porque tinha casa no meu nome. Fui na justiça e provei que a casa não era no meu nome, a dona da casa esteve lá e mostrou toda a documentação a prefeitura. Então, Ednaldo Lima me chamou novamente e me entregou todo documento, inclusive a chave”. Poliana disse que conheceu a atual moradora do imóvel. “A pessoa que invadiu é prestadora de serviço da Câmara, o nome dela é Rosilene Maria Rodrigues Silva, a Rosinha. E eu peço às autoridades que me ajudem, por favor. Quando recebi a chave eu fui para o apartamento, cheguei lá já havia uma família dentro, que é essa Rosinha. Conversei com ela três vezes, mas ela bateu nos peitos e disse que não tinha justiça que tirasse ela lá de dentro da minha casa. E até ligação clandestina ela fez”. 

Poliana afirma que realizou boletim de ocorrência, foi à Delegacia de Polícia, mas não conseguiu resolver a situação. E conta que até o documento de reintegração de posse concedido pela Justiça não foi cumprido. “O prazo de 15 dias que a juíza deu, ela não sai não. Não sei o que está acontecendo”. 

Desempregada, ela e o marido estão em busca de resolver a situação o mais breve possível, já que a proprietária da casa onde moram quer o imóvel. “Eu estou no limite de ir para rua com meus filhos, porque a dona está pedindo a casa. Nem que me coloque em outra casa, enquanto resolve essa, mas que por favor me ajudem”

Outro lado

Em contato com Rosinha, citada pela comunitária, ela disse que foi lesada e que está com um processo na justiça. “Assim como ela foi lesada, eu também fui. Eu estou aqui nesta casa, eu não invadi, eu entrei porque recebi uma chave assim como ela está dizendo, que recebeu depois, não sei como. Eu recebi com duas testemunhas, tenho provas disso. Então, eu fui lesada pela prefeitura e o banco. Essa questão está na justiça. Ela me colocou na justiça, não colocou a prefeitura e nem o banco. Eu ganhei a causa por danos morais e uma indenização, mais o direito de moradia. Estou com todos os papéis em mãos”, contou. 

Ela disse estar cansada de toda a situação envolvendo o imóvel. “Até aqui eu não tinha me manifestado, eu fui lesada, culpada, escarnecida, fui caluniada e fiquei na minha por conta do meu advogado, que pediu para não me manifestar. Poliana foi em todas as redes sociais e danificou minha imagem da maneira que ela achou que devia, e nisso eu estou entrando com mais uma ação contra a pessoa, porque a pessoa entrou contra mim”. 

Com relação à casa em questão, ela explicou que foi contemplada em três empreendimentos na gestão do ex-prefeito Julio Lossio. “Eles não me deram a casa, e daí eles me colocaram dizendo: ‘eu vou colocar a casa em seu nome por conta que a Poliana foi denunciada’. Água e energia não é no nome dela, porque ela foi denunciada e a Celpe não colocou. Colocou em meu nome. Então, está na justiça e ela deveria parar e deixar a justiça resolver”, declarou.

Rosilene ressaltou ainda que após a pandemia irá procurar a prefeitura para solucionar o problema. “Mais uma vez irei lá dizer que ajeitem a documentação. Que me dê uma moradia e dê uma moradia a menina”. Quanto a ordem de reintegração, Rosinha afirma que “a juíza suspendeu mais uma vez até resolver os esclarecimentos. Tem que resolver a situação das duas. Ela tem a ordem dela e eu tenho a minha, porque eu recorri na justiça. Eu não ia ficar sem, eu assinei contrato”.

Prefeitura de Petrolina

Em resposta, a Secretaria Executiva de Habitação de Petrolina encaminhou ao Blog uma nota informando que não tem conhecimento ou responsabilidade acerca de acordos irregulares supostamente feitos pela gestão passada, visto que o sorteio em questão foi realizado em 2015. Informa ainda que o papel da prefeitura é o cadastro e seleção dos beneficiários. “A administração municipal também age, em parceria com as instituições financeiras, na fiscalização das irregularidades”, frisou. A nota diz também que o banco responsável pelo imóvel já foi notificado pela prefeitura. “Ao tomar conhecimento da situação da família sorteada no programa, que não recebeu o imóvel, a Secretaria notificou o banco responsável pelo conjunto habitacional de imediato. Contudo, a reintegração de posse da moradia depende da decisão judicial e da instituição financeira. A prefeitura vai continuar acompanhando o caso e auxiliando a beneficiária para que o problema seja solucionado o mais breve possível”, finaliza a nota.

Mulher tenta reaver imóvel ocupado por outra pessoa e atual moradora diz que também foi lesada; Prefeitura responde

  1. Respondo se eu quiser disse:

    Muita gente tem casa em nome de outras pessoas para poder ganhar uma casa do minha casa minha vida, aí quando recebe não fica morando na casa depois perde fica e fica chorando!!

    Obs: não tou dizendo que eo caso dessa moça aí.

    1. Rose LIMA disse:

      Até porque não é mesmo!!!
      Ela é minha prima e tá sim falando a verdade.Se tem alguém que foi injustiçada nessa história,foi ela.
      Obs.So pra esclarecer

  2. Rose lima disse:

    Espero que a justiça seja feita. E se as duas foram pesadas,alguém pesou.Entao o certo é encontrar o culpado disso tudo e puni-lo.Desde que as duas sejam amparadas,porque as duas são mães de família e família e precisam de suas moradias.Seja quem for quem tenha causado esse balaio de gato,que seja responsabilizado e tudo se resolva,e a justiça seja feita.
    Esse é o meu desejo!!

  3. Petrolinense nato disse:

    Realmente, tem coisa que só acontece em Petrolina, terra dos impossíveis: 1 casa distribuída para 2 famílias. As famílias são vitimas.

  4. Gecelma Silva disse:

    Boa noite!
    Venho acompanhando o caso, que inclusive está na justiça, a própria juíza suspendeu a liminar, porque ela entendeu que as duas foram lesadas.
    São vítimas da situação.
    Então para os que não estão a pá da situação real, peço com muita humildade que não as julguem!
    Pq quando só ouvimos um lado é normal nos sensibilizar nos, porém devemos ouvir os dois lados.
    É sempre ter a veracidade dos fatos para fazer qualquer tipos de comentário, afinal são duas famílias que vem sofrendo com o caso a anos.
    Creio que Deus está no comando desta causa é a justiça será feita p as duas famílias envolvidas, em nome de Jesus.
    O que podemos fazer é orar para Deus resolver esta questão.
    Que vem trazendo sofrimentos para ambas…

  5. VIRGULINO disse:

    Mas como que a Rosinha é a dona do imovel se a Poliana diz que está pagando mensalmente por ele? A Rosinha tem seus direitos, mas tambem o dever de ressarcir os gastos da denunciante. Pelo que vemos o erro foi da Secretaría de Habitação.

  6. JAIME LIMA DE VASCONCELOS disse:

    Resumo da história: Poliana tá com a razão…. a outra sabe que tá errada, mas não quer sair…

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