Às vésperas do Dia da Mulher, representantes da UBM de Petrolina lamentam falta de políticas públicas que reforcem conquistas

por Carlos Britto // 07 de março de 2014 às 13:30

socorro e jussara UBMA cada 90 minutos uma mulher é assassinada no Brasil. Os números são alarmantes e vão de encontro a conquistas como a Lei 11.340 (conhecida como Lei Maria da Penha), implantada há sete anos com o intuito de inibir a violência contra as mulheres.

Para as representantes da União Brasileira das Mulheres (UBM) em Petrolina, professoras Socorro Lacerda e Jussara Barbosa, os dados só servem de alento para continuarem na luta por investimentos em políticas públicas que reforcem essa conquista. E, segundo elas, o Dia Internacional da Mulher – comemorado neste sábado (8) – deve ser apenas um dos instrumentos.

Nossa luta tem de ser permanente. Precisamos fazer com que as mulheres parem de ser assassinadas”, declara Socorro, que não poupa críticas ao governo do estado. Primeiro porque a UBM vem tentando, sem sucesso, fazer com que a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) na cidade funcione em regime de plantão aos finais de semana – o que nunca aconteceu em 12 anos de existência do órgão.

Além disso a UBM também pleiteia que a DEAM não seja transferida para a Área Integrada de Segurança (AIS), no 5° Batalhão de Polícia Militar (BPM). A reivindicação também não tem encontrado sensibilidade por parte do estado. Até mesmo na própria DEAM não há uma equipe específica de mulheres para atender a casos, por exemplo, de violência sexual. “Uma mulher estuprada sente constrangida em ter de relatar a ocorrência a um homem”, justifica.

Medida “metropolitana”

Mas Socorro não para por aí. Ela também considera inadmissível o governo do estado ter adquirido recentemente viaturas específicas para a Lei Maria da Penha, na Região Metropolitana do Recife, enquanto o Sertão fica a ver navios. “Nós perguntamos: as mulheres aqui também não estão sendo agredidas? Por que só a Região Metropolitana?”, desabafa Socorro, respaldada por Jussara.

As representantes da UBM, no entanto, não centram fogo apenas no Governo Eduardo Campos. A administração municipal, segundo elas, também não tem priorizado políticas de garantia dos direitos das mulheres. Na recente reforma administrativa que promoveu em sua equipe, no início deste ano, o prefeito Julio Lossio decidiu extinguir a Secretaria Municipal da Mulher (medida que alguns preferem chamar de nucleação, já que a pasta ficou subordinada a Secretaria de Cidadania) e foi duramente criticado por isso, na ocasião.

Às vésperas do Dia da Mulher, representantes da UBM de Petrolina lamentam falta de políticas públicas que reforcem conquistas

  1. Ludimila G. Aguiar disse:

    É verdade Socorro e Jussara, Júlio Lóssio fechou sim a Secretaria da Mulher e para não admitir isso diz que ela é executiva, a secretária Célia, não sabe nem para o que veio, ela é incompetente e até aparecer um CORONEL LEITE (para arrumar a casa) também em CIDADANIA, ela vai estar lá brincando de secretária mais uma vez.

  2. Incoerência.... disse:

    Betty Naomi Goldstein , foi uma influente defensora do chamado movimento feminista: para muitos a fundadora do movimento. Criou diversas instituições, participava de tudo que era passeata em defesa da causa, levantou bandeiras históricas do movimento feminista- como a defesa do aborto e a não- agressão por parte dos homens. Era ativista e colaboradora da Cosmopolitan ( aqui no Brasil , a revista Nova).
    (…) O problema segundo, um dos seus biógrafos, era que pedia para apanhar de um de seus amantes! Bacana , não ? Não defendo agressão , de um lado ou de outro, apenas não suporto incoerência entre discurso e prática de vida.

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