O presidente da Casa Plínio Amorim, vereador Osório Siqueira (PSL), demonstrou não estar disposto em ceder à pressão da candidata a presidente da Mesa Diretora, Maria Elena (PSL),e dos colegas que a apoiam.

Em entrevista concedida após a tumultuada sessão de ontem (13), ele se disse tranquilo de que seguiu o Regimento Interno da Casa, ao transferir a data da eleição da Mesa desta quarta-feira (15) para o próximo dia 23. “Não quebrei o Regimento, o presidente tem a prerrogativa e agi da forma correta”, garantiu, ressaltando que a Casa tem muito trabalho até lá. Osório aproveitou para contestar a vereadora Márcia Cavalcante (PMN), a qual assegurou que ele feriu o Regimento ao adiar a data da votação. Mas segundo Osório, o Regimento sugere que a eleição poderá acontecer até o dia 15 de dezembro, e não que seja obrigatória acontecer.

Além disso, o presidente revelou que o artigo nº 10 do mesmo Regimento lhe confere o direito de prorrogar a votação, caso haja necessidade. “Fiz dentro do parecer jurídico. Os vereadores que foram contra podem entrar com recurso, mas realizar a eleição na quarta sem minha autorização não terá validade nenhuma”, frisou. O presidente também comentou a ameaça dos vereadores ligados a Maria Elena, de não votarem nos projetos de lei enviados à Casa enquanto a eleição da Mesa não for realizada. “Só quem vai perder é a população”, lamentou. “Se eles (a chapa de Maria Elena) já se consideram eleitos, porque não estariam no dia 23?”, completou.

Sobre o comentário da vereadora Márcia de que poderia ter o mandato cassado por ‘atropelar’ o Legislativo, Osório foi objetivo. Disse não estar fazendo “nada de errado” e que teve “um mandato limpo”, ao contrário de certos vereadores “que investiram muito para serem eleitos”. Ele fez questão de ressaltar, no entanto, que a crítica não foi direcionada a sua colega.

Demonstrando certa mágoa com Márcia, que o acusou de “não ter palavra”, o presidente reiterou ter tomado a decisão correta ao colocar os projetos de lei do prefeito para votação em primeiro plano, deixando por último a eleição da Mesa, no dia 23. Além do mais, Osório admitiu que caso a eleição viesse antes, alguns vereadores poderiam não comparecer às sessões para votar os projetos, por conta de outros compromissos.

Mesmo afirmando que seguirá o grupo distinto ao de Maria Elena, pelo qual demonstra gratidão por tê-lo ajudado a chegar à Presidência da Casa, Osório garantiu que sua decisão não se baseou em interesses eleitoreiros. “Infelizmente não fui compreendido e se criou esse tumulto sem necessidade”, concluiu.

Por Antonio Carlos Miranda