Livro e DVD musical idealizado por professor do Cempa pretendem quebrar barreiras do preconceito contra autismo em Petrolina

por Carlos Britto // 31 de maio de 2015 às 10:36

livro e DVD autistasUm trabalho lançado em novembro de 2014 pelo Centro Multiprofissional de Potencialização e Aprendizagem (Cempa), em Petrolina, com crianças autistas entre cinco e 12 anos de idade vem comprovando que preconceito, na maioria das vezes, está ligado à falta de informações. Quem está à frente da iniciativa é o professor e músico Mário César Pedroso Lira.

Foi dele a ideia de fazer um livro de estorinhas e um DVD mostrando o dia a dia de uma criança autista, que na verdade não se difere de nenhuma outra criança dita “normal”.

Segundo o professor Mário, o objetivo é mostrar atividades rotineiras, desde escovar os dentes, passando pela hora do banho e de dormir. Essas tarefas, aliás, só são diferentes para os autistas porque, segundo o professor, são levadas a rigor.

O livro é recheado de poemas e ilustrações. Já o DVD tem vários clips musicais estrelados pelas próprias crianças do Cempa. Todas as canções são de autoria do professor Mário e ganharam duas versões: uma com legendas e outra com Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). “Uma aluna (do Cempa) começou a cantar antes de falar. A música tem um acesso que um simples verbalizar não consegue”, explica.

Rodas de conversa

A proposta, explica o professor, é fazer com que esse trabalho chegue a qualquer criança. Para isso estão sendo feitas algumas rodas de trabalho que começaram por três estabelecimentos de ensino de Petrolina: Colégio Dom Bosco, Vivência e Saber. Neste domingo (31), às 16h, ele e sua esposa – que também faz parte do projeto – estarão na Livraria SBS, na Avenida da Integração, onde participarão de uma roda de conversa com pais, alunos e professores.

Professor Mário conta que há vários níveis de autismo. Em alguns casos, isso sequer aparece claramente no comportamento da criança. Em outros, o senso de organização de um autista impressiona por ser muito maior do que os demais. Tudo isso, no entanto, precisa ser desmistificado quebrando preconceitos – que começou por ele mesmo. “Até trabalhar com elas, eu também tinha, porque desconhecia. E todo desconhecimento gera preconceito”, completou.

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