Funcionários da empresa espanhola Solarig, da área de manutenção de energia solar que prestava serviços de manutenção do Parque Futura em Juazeiro (BA), estão denunciando irregularidades no processo de encerramento de contrato após perda de vínculo com a Eneva, proprietária do parque. Os trabalhadores relatam que a empresa está instruída a concordar com um acordo rescisório que traz condições desfavoráveis, incluindo a perda de 20% do saldo do FGTS, redução de 20% na multa rescisória, e a renúncia ao seguro-desemprego, um direito essencial para garantir a segurança financeira nesse período de transição.
De acordo com os funcionários, o contrato com a Solarig incluía uma cláusula que previa a possibilidade de transferência para outras usinas da empresa, caso o contrato com o Parque Futura fosse encerrado. No entanto, essa possibilidade não foi oferecida, o que gerou ainda mais indignação entre os trabalhadores. Além disso, a empresa desmobilizou o canteiro de obras e transferiu mais de 40 funcionários para uma instalação precária, sem condições mínimas de moradia.
“Estamos sendo solicitados a concordar com um acordo que compromete nossos direitos e garantias trabalhistas. A empresa está ignorando nossas necessidades e tentando nos influenciar a abrir mão de benefícios importantes para nossa sobrevivência financeira”, contou um dos funcionários.
Em busca de uma solução, os trabalhadores procuraram apoio do Ministério Público, mas a empresa informou que as rescisões foram realizadas por meio do órgão público, transferindo a responsabilidade do processo rescisório. A falta de formalização adequada e o tratamento dado aos trabalhadores geraram um movimento de resistência, com os trabalhadores organizando um manifesto público e buscando a ajuda de uma advogada especializada para garantir seus direitos.