Filha se forma em Direito para fazer justiça a pai assassinado há 23 anos em Curaçá

por Carlos Britto // 03 de agosto de 2019 às 18:15

Foto: divulgação

Agosto não poderia ser o mês mais adequado para a representante do Ministério Público da Bahia (MPBA), Janicleia de Souza Soares. Não fosse pela sua luta incessante, o assassino do pai dela ainda poderia estar à solta. O acusado é Adão Gonçalves da Silva. Ele matou friamente, em Curaçá (norte do Estado), Jaime Barbosa Soares com um tiro no rosto, abaixo do olho direito. O fato ocorreu em 1996. Desde então, ele estava foragido da justiça.

À época Janicleia tinha 14 anos. Ela, então, decidiu que esse crime não ficaria impune e que a memória do seu pai Jaime seria respeitada. Anos depois ela se formou em Direito e voltou a Curaçá, habilitando-se como assistente de acusação junto ao MPBA – dessa forma trazendo mais informações ao processo. Foi assim que descobriu que ainda podia ver o assassino de seu pai preso, pois a lei estava a seu favor, visto que o crime, mesmo após 22 anos, não havia prescrito, pois o acusado não teria sido ouvido pela justiça.

A partir desse detalhe Janicleia iniciou uma batalha incansável. Com muita perseverança, ela descobriu que o assassino do seu pai vivia em uma cidade pequena no interior de Goiás, onde foi preso em outubro de 2017 e trazido para Juazeiro (BA) em setembro de 2018, onde se encontra custodiado no presídio, à disposição da justiça.

Adão confessou o crime ao ser ouvido em 2017 e será levado a Júri Popular no próximo dia 27 de agosto, em Curaçá – justamente no mês em que é celebrado o Dia dos Pais.

Foto: acervo pessoal/reprodução

Expectativa

Janicleia poderá retomar sua vida, que segundo ela ficou suspensa por um longo período, quando dedicou seus dias a recolher uma série de detalhes necessários para que a justiça fosse feita. “Foram longos anos, muito trabalho, ligações, viagens até a prisão do assassino. Agora é aguardar a decisão do júri, que conhece bem a nossa luta e o sofrimento causado com a morte de meu pai. Sinto que agora vou poder levar minha vida normalmente, pois cumpri minha promessa: fazer justiça à memória de meu pai”, desabafou. As informações são de Lidiane Souza/para o Blog.

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