Expedição no Rio Paraopeba verifica que rejeitos de Brumadinho não chegaram ao Rio São Francisco

por Carlos Britto // 18 de maio de 2019 às 19:30

Expedição percorreu a extensão dos Rios Paraopeba e São Francisco. (Foto: Divulgação)

Entre os dias 9 e 16 de maio de 2019, foi realizada uma expedição de campo para avaliar a extensão da área, ao longo dos rios Paraopeba e São Francisco, por onde se espalharam os rejeitos da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão. A estrutura, de propriedade da mineradora Vale S.A., em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu em 25 de janeiro deste ano.

Coordenada pela Polícia Federal, a expedição contou com a participação da Universidade de Brasília (UnB), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), além do apoio do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig), Prefeitura Municipal de Felixlância e empresas de consultoria ambiental.

Nos oito dias de trabalho de campo foram empregadas três aeronaves, seis embarcações, 11 veículos terrestres e mais de 30 profissionais, entre pesquisadores, peritos criminais, analistas ambientais e técnicos de órgãos públicos e empresas.

Mais de 4 mil dados e amostras foram coletados ao longo de aproximadamente 250 km de rios e lagos, desde Brumadinho até os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias. Tal conjunto de dados envolve imagens de satélite, medições radiométricas e hidrológicas, amostras de água e sedimentos de fundo dos corpos hídricos.

Resultados

Segundo a avaliação das instituições, os resultados obtidos até o momento permitem afirmar com segurança técnica que não há, até a presente data, evidências de que os rejeitos minerários oriundos do rompimento da barragem B1 tenham ultrapassado os limites do reservatório de Retiro Baixo e atingido o lago de Três Marias e o Rio São Francisco.

Várias notícias sem embasamento científico adequado ou mesmo informações enganosas (“fake news”) têm sido divulgadas desde a data do rompimento da barragem. Os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento do desastre ressaltam mais uma vez que permanecem vigilantes no acompanhamento da dispersão dos rejeitos no Rio Paraopeba. Dessa forma, asseguram que a população será imediatamente informada, por meio de comunicados oficiais e da imprensa, de qualquer alteração relevante no cenário de poluição decorrente do desastre“, diz nota distribuída pelos órgãos envolvidos.

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