Ex-reitor rebate críticas de pro tempore sobre problemas estruturais na Univasf

por Carlos Britto // 21 de março de 2022 às 09:37

Foto: divulgação

Reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) entre os anos de 2012 e 2020, o Professor Julianeli Tolentino não gostou nem um pouco das declarações do reitor pro tempore, Professor Paulo César Fagundes, sobre as condições estruturais do Centro de Ciências Agrárias (CCA), feitas ao Blog por um estudante (sobretudo em relação à biblioteca). Julianeli rebateu veementemente as críticas.

Confiram:

Há algum tempo que desativei meu perfil no Instagram e demais redes sociais, especialmente para me dedicar integralmente à minha família e, também, para me concentrar somente nos afazeres relacionados às atividades como docente. Mas acabei de receber de amigos um “print” de um comentário feito pelo atual reitor pro tempore da Univasf, relatando que encontrou “a Univasf com abandono em vários setores dos Campi, é um problema de anos que nunca foi resolvido”.

Ao ler tal comentário, não poderia deixar de respondê-lo e pedir ao seu Blog que publique esta minha resposta na sua íntegra.

Incialmente, gostaria de apontar que não é de hoje que certos gestores buscam culpar um suposto legado negativo recebido do seu antecessor para justificar suas dificuldades para atender as demandas das suas comunidades. É importante destacar que a Univasf convive com orçamento de custeio restrito desde 2015 e isto, de fato, gera fortes impactos negativos na universidade e, em especial, nas ações de preservação e conservação da infraestrutura institucional, além de comprometer o alcance das políticas de apoio aos estudantes mais carentes.

Até o final de março de 2020, quando estávamos à frente da Reitoria da Univasf, enfrentamos estes desafios com muita transparência e diálogo com nossa comunidade acadêmica e com o Ministério da Educação, que sempre foi comunicado oficialmente sobre nossas necessidades orçamentárias – inclusive, em se tratando da Biblioteca do CCA, encaminhamos ofício (arquivado na reitoria) em que solicitamos  recursos ao MEC para realizar a reforma no prédio do Campus de Senhor Bonfim-BA, na Biblioteca do CCA, na cobertura do Hospital Veterinário Universitário-HVET e na residência estudantil do Campus de São Raimundo Nonato (PI).

Nunca fugimos do debate público, sempre deixando claro os limites e as condicionantes para a solução dos problemas encontrados e, quando foi preciso, tomamos decisões difíceis ao escolher reduzir uma série de despesas de custeio para ajustar ao recurso financeiro disponível, considerando o cenário de funcionamento pleno da instituição. Vale observar que, desde meados de março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, a Univasf está com a imensa maioria das suas atividades acadêmicas e administrativas sendo realizadas de forma remota, o que implicou em uma redução considerável dos principais elementos de despesas de custeio da instituição (não é uma situação só da Univasf, mas de todas as Instituições Federais de Ensino no país). Este fato reduziu a pressão sobre uma série de contratos indispensáveis ao suporte às atividades presenciais, dando uma maior margem ao gestor para realizar o realocamento de recursos que fortaleçam ações de preservação, conservação e reforma das nossas estruturas físicas pouco demandadas durante este período da pandemia.

Política é feita de escolhas! E é importante que o reitor pro tempore esclareça por que só priorizou a resolução destas reformas no campus CCA, quando entra no seu terceiro ano como gestor pro tempore da Univasf? Às vésperas do retorno aos 100% das atividades presenciais na universidade?

Por que outras obras/reformas foram tratadas como mais prioritárias?

Por que tais ações não foram planejadas e executadas em 2020 ou no ano passado?

Culpar a gestão passada, eleita em 2011 e reeleita em 2015, também não ajuda a explicar porque a soma do orçamento de investimento empenhado em obras de infraestrutura nestes dois anos desta gestão pro tempore é menor que a metade do que foi empenhado só no último ano completo (2019) da nossa gestão!

Também não dá para culpar nenhuma das gestões anteriores pelo fato de que, em menos de dois anos, a Reitoria Pro Tempore já vai no seu terceiro vice reitor e no quarto pro reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional!

Por fim, a retomada plena das atividades presenciais da Univasf, prevista para o mês de maio deste ano, colocará uma série de desafios para a gestão da Universidade. Para enfrentá-los, jamais o diálogo com a comunidade pode ser abandonado.

Julianeli Tolentino de Lima/Ex-Reitor da Univasf

Ex-reitor rebate críticas de pro tempore sobre problemas estruturais na Univasf

  1. Helena de Jesus Souza disse:

    Não só a parte estrutural tem sido abandonada, como também a parte administrativa. A universidade precisa de novos servidores, sobretudo profissionais relacionados aos assuntos educacionais. As aulas presenciais retornaram e ausência desses profissionais é nítida.
    A atual gestão tem fechados os olhos para essa deficiência.

  2. ROGERIO DE OLIVEIRA disse:

    Welcome to the junge!!!!

  3. Silvio Couto Mendes disse:

    Jungle of the crazy!!

    Concordo com o comentário acima. A Univasf precisa rever seu quadro de servidores administrativos. Existe uma demanda grande em assuntos educacionais.

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