Em entrevista à Folha FM, Miguel desconversa sobre UB no Governo Raquel

por Carlos Britto // 29 de novembro de 2022 às 20:00

Foto: Folha/PE reprodução

O ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), que também foi candidato ao Governo de Pernambuco no pleito deste ano, foi o entrevistado de hoje (29) do Programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, comandado por Neneo Carvalho.

Na entrevista de meia hora concedida à subeditora de política da Folha de Pernambuco, Carol Brito, Miguel falou, entre outras coisas, sobre a transição da governadora eleita Raquel Lyra (PDDB), a quem foi um dos primeiros a declarar apoio no segundo turno, governo Lula, da relação de como poderá ser a relação do seu partido com o presidente eleito. Confiram trechos da entrevista reproduzida pela Folha de Pernambuco:

Secretariado de Raquel

A formação do secretariado e algo muito pessoal e vai ao estilo da própria governadora Raquel dar esse tom. O que eu tenho percebido pelas conversas que tenho tido com ela é que ela está muito focada no trabalho de transição, que tem a vice Priscila como coordenadora. Acho que tem muito mais gente ansiosa e precipitada do que a própria Raquel. Não se pode ter essa pressa. Ela tem o prazo de até 31 de dezembro para fazer essa formação ao critério técnico, político, mas com o jeito que ela entender ser melhor o perfil que possa dar a ela condição de tirar do papel todos os projetos que ela apresentou ao longo da campanha.

Equipe técnica de Raquel

O espaço da transição é, sim, um perfil mais técnico. Acho que não cabe estar colocando partido político ou lideranças políticas, porque o trabalho não é político, é técnico-administrativo e precisa de levantamento e esse levantamento é feito pelas pessoas de maior confiança, de maior experiência de quem foi eleito. (…) Agora, é obvio que quando a gente fala de uma formação de secretariado de um eventual governo, aí é outro assunto, porque, pelo menos eu entendo assim, tem-se que levar o critério político em consideração, mas não um não sobressai ou antecipa o outro. São trabalhos paralelos e complementares.

União Brasil no secretariado

Eu já não respondia especulação quando era candidato, muito menos agora que nem candidato mais eu sou. O União, na grande maioria apoiou Raquel, não só minha pessoa, mas Mendonça Filho, Fernando Filho, Antônio Coelho, Romero Sales, diversos prefeitos. De todos que caminharam comigo no primeiro turno, mais de 98% das lideranças políticas seguiram a nossa orientação de apoiar Raquel. (…) Sobre questão de espaço, de protagonismo, o protagonismo do União Brasil, das nossas lideranças não dependem de espaço. Nós vamos continuar fazendo política independentemente de um eventual governo. Se a gente estiver dentro, ótimo; vamos procurar ajudar. Se não estiver dentro, ótimo; e também vamos procurar ajudar do mesmo jeito, que é nossa responsabilidade, com todo respeito que tenho a Raquel, não é apenas com o apoio que a gente deu a pessoa e a governadora eleita Raquel Lyra, mas sim a minha responsabilidade é com o povo de Pernambuco, com os mais de 800 mil eleitores que me confiaram votos.

Apoio da bancada a Raquel

Eu entendo que Raquel, junto com toda a sua equipe política, vai ter condições de construir uma ampla maioria na Assembleia. Dos 49 eleitos para a Casa Joaquim Nabuco, no segundo turno Raquel já contava com o apoio de 25 ou 27. Isso já é maioria. Também acho que com a liderança dela, com articulação da equipe dela, ela pode ampliar essa base, que é importante. Até porque, com as mudanças que Raquel defendeu na campanha, vai haver votações que ela vai precisar de quórum qualificado.

Como Raquel vai herdar o governo do PSB

Você tem os governistas vendendo um “céu de brigadeiro” e do outro lado acho que quem pode melhor falar é a equipe de transição do governo ou a própria Raquel no momento oportuno ao final do trabalho de transição, porque o que a gente tem acesso são informações públicas, e elas são muito superficiais, para ser sincero.

Governo Lula

O Brasil de 2023 não é o de 2003. Apesar desse hiato de 20 anos, tem problemas que persistem: da fome, da infraestrutura, da alta carga tributária – e esse é um dos grandes entraves do Brasil -, como também o desequilíbrio dos poderes em que você tem muitas responsabilidades nos municípios e estados e a União muitas vezes termina se furtando de pautas importantes, como a primeira infância, creche, educação básica. Não é só mandar o dinheiro do Fundeb, mas ser protagonista para que a gente possa construir a nação de fato. Acho que as sinalizações que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é o coordenador da transição, terminou falando de não rever teto de reformas anteriores, de poder ter a responsabilidade social – que o presidente eleito Lula gosta de falar – atrelada à responsabilidade fiscal é fundamental.

Governo Lula II

Precisa se dar ao mercado uma previsibilidade de qual perfil o governo Lula vai ter na questão econômica, até porque o Brasil não vai crescer só com dinheiro do governo federal. O Brasil precisa do mercado estrangeiro, precisa do dinheiro privado para poder avançar na questão das ferrovias, dos portos, dos aeroportos, nas concessões de água, esgoto, como já vem acontecendo pelos estados, entre outras. Reformas que precisam ser feitas, como a administrativa. (…) O Governo Lula tem toda sua autoridade de elencar suas prioridades, mas ele também precisa entender que o Brasil é feito de opiniões convergentes e divergentes. Não é brigando, mas convergindo que a gente vai virar a página do Brasil.

Transição

Há uma supervalorização de tudo que está acontecendo na transição, até porque o governo eleito não assumiu. Então, tudo que sai da transição por mais que eventualmente possa ser uma sinalização ou não, não tem efeito imediato, porque ainda não tomaram posse. E também tem muita gente dando opinião que não fala pelo presidente Lula, não fala pelo vice-presidente Geraldo Alckmin – eles mesmos já desmentiram algumas vezes – e termina gerando um alvoroço ou certa especulação que mais atrapalha que ajuda. Tem que respirar, ter calma, deixar as equipes de transição, não só do governo federal, mas do governo do Estado, para que a gente possa esperar o dia 1º de janeiro chegar.

União Brasil e Governo Lula

Eu não vejo como nosso partido de forma integral formar uma eventual base política de apoio ao presidente Lula nesse novo governo. Tem pessoas que pensam de forma muito antagônica dentro do partido. Se você pegar muitos da base da gente eleitos no Sudeste, Centro-Oeste do país são pessoas que votaram contra o presidente Lula tanto no primeiro como no segundo turno. No Nordeste, isso muda um pouco, mas vamos pegar por Pernambuco: você tem o próprio deputado Mendonça Filho, que já declarou que não irá formar essa base. (…). Acho que vai depender muito de como vai ser o comando da Casa Civil do novo governo eleito, mas também não acho que o União Brasil vá fechar porteira, digamos assim, para ir de cabo a rabo.

Em entrevista à Folha FM, Miguel desconversa sobre UB no Governo Raquel

  1. Marcos disse:

    O Galeguinho será descartado por Mainha de Caruaru.

  2. Caruaruense disse:

    Perdeu Migué, kkkkkk

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