Em artigo, educador chama atenção para “praga” de carros de som em Juazeiro

por Carlos Britto // 03 de fevereiro de 2014 às 11:00

Além das reclamações relativas ao som abusivo nos bares da cidade, os moradores de Juazeiro também andam incomodados com outra prática local: as propagandas e avisos feitos pelos carros de som. Neste artigo enviado ao Blog, o educador Enio Silva, discorre sobre o assunto e aproveita para criticar a falta de fiscalização por parte das autoridades locais.

Acompanhem:

Uma Praga Provinciana

A cada dia, quando achamos que não veremos mais determinado absurdo em Juazeiro, eis que nos enganamos. Aqui de fato é a terra onde os absurdos acontecem. Parafraseando o ex-governador da Bahia, Octávio Mangabeira, pense num absurdo. Em Juazeiro tem precedente.

Assistimos diariamente a uma comédia provinciana de anúncio de velório, de missa de sétimo dia, de nono, de trigésimo casamento e até batizado de bonecas através dos famigerados carros de som móvel. Nada contra com quem gosta ou depende desse negócio, mas se torna insuportável a cada dia ver um novo carro de som rodando pela cidade. O cidadão pega o seu carro de passeio e monta um som potente, e aí vira o grande anunciante da cidade. Isso com carros sem licença dos órgãos de trânsito, sem fiscalização dos órgãos de postura e meio ambiente (alguns carros pertencem a figuras do mundo político).

E nessa ânsia de “anunciar” ou fazer “propaganda”, transitam perto de hospitais, de escolas, de abrigos, das sedes das emissoras de rádio e de televisão e em ruas residenciais, a qualquer hora do dia ou da noite. Nos feriados, principalmente nos dias comemorativos dos pais e das mães, é a mesma música ensurdecedora de Roberto Carlos (Meu querido meu velho) e de Agnaldo Timóteo (Mamãe). Para não serem tão chatos, poderiam até melhorar o repertório das músicas.

O falecido Gil Braz, acredito que foi um dos precursores dessa forma de anunciar, de vender e dar notícias. Era o tempo do serviço de alto-falante Marabá Publicidades, isso na década de 70/80. Era a forma de comunicar daquele momento. Mas hoje, com o advento da internet e com a rede social, com toda facilidade de comunicar, de receber notícias e informações através de celulares, tablets, etc…não há como conceber a ideia de atraso nesse sentido. Os carros de som móvel representam o atraso.

A culpa não é somente da cultura atávica, muito peculiar do povo de Juazeiro, de achar que aqui podemos fazer tudo. Aliás, cometer todo tipo de desrespeito ao direito do outro, como estacionar no meio da rua, interditar ruas, ligar o som do carro a todo volume. Mas também de termos um legislativo fraco e inoperante, vereadores que na sua maioria não sabem nem o que estão fazendo no parlamento. Assim como, enquanto juízes, promotores de justiça, políticos e demais autoridades morarem em condomínios hiper fechados, onde nem as muriçocas chegam, ou em Petrolina, nós os pobres mortais juazeirenses temos que conviver com essa praga medonha e provinciana.

Não há como procrastinar: ou Juazeiro tem uma revolução na área de educação e cultura (cultura no sentido do que é produzido pelo homem, como valores, etc) ou será essa coisinha, muito ideal quando muitos querem voltar ao primitivo e não serem alcançados pelo mínimo do contrato social ou fazerem uso das novas tecnologias.

Enio Silva da Costa/Educador

Em artigo, educador chama atenção para “praga” de carros de som em Juazeiro

  1. jose sebastiao disse:

    O problema de Juazeiro são as pessoas…

  2. maria disse:

    o problema e petrolina principalmente no n-8 que o pessoal não respeita ninguem

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