Em 4 anos, oferta de leitos na rede pública de saúde em PE passa a 50%

por Carlos Britto // 19 de setembro de 2022 às 12:00

Foto: Aluísio Moreira/ SEI

Ao longo de mais de dois anos da pandemia de Covid-19, o Governo de Pernambuco colocou em prática um grande plano de mobilização de leitos, insumos e de recursos humanos. Com isso, o Estado montou a maior rede hospitalar para atendimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre todos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Como resultado, registrou, segundo dados da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS), uma das menores taxas de mortalidade pela Covid-19 do país.

Quando se faz o recorte com as vagas disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), em fevereiro de 2018, antes da pandemia, a Rede Pública Estadual de Saúde em Pernambuco contava com 1.033 leitos de terapia intensiva (UTI). Em 2022, o número de vagas saltou para 1.537 – uma ampliação de 50%.  Este incremento significa um investimento estimado de cerca de R$ 10 milhões por mês de recursos do governo do Estado.

Dos 504 leitos abertos no período, 454 vagas foram colocadas em operação durante a pandemia para garantir atendimentos aos pacientes contaminados pela Covid-19. Agora, passados os piores momentos da circulação do vírus, esses leitos, criados inicialmente para atender os pacientes com diagnóstico de SRAG estão sendo incorporados definitivamente à rede estadual.

Deste legado da Covid-19, os leitos de terapia intensiva destinados a pacientes adultos estão nos seguintes hospitais: Otávio de Freitas (20), Maria Vitória (40), Imip (20), antigo Alfa (100), Universitário Oswaldo Cruz (10), Real Hospital Português (20) e Eduardo Campos da Pessoa Idosa (10), no Recife; do Tricentenário (20), em Olinda; Memorial Guararapes (20), em Jaboatão dos Guararapes; João Murilo (10), em Vitória de Santo Antão; do Vale (10), em Limoeiro; Distrital Jailton Messias de Albuquerque (10), em Barreiros; Geral Paulo da Veiga (10), em Gravatá; Jesus Pequenino (20), em Bezerros; Regional Emília Câmara (10), em Afogados da Ingazeira; Regional Rui de Barros Correia (4), em Arcoverde; Eduardo Campos (20) e Regional Professor Agamenon Magalhães (10), em Serra Talhada; Regional Inácio de Sá (10), em Salgueiro; e Santa Maria (20), em Araripina. Já os leitos de UTI neonatal e pediátrico incorporados à rede estão no Imip (20); Hospital Memorial Guararapes, (10); Hospital Geral do Sertão Eduardo Campos (10), em Serra Talhada; Inácio de Sá (10), em Salgueiro; e no Hospital e Maternidade Santa Maria, em Araripina (10).

Salto

Para se ter ideia do impacto da abertura de novas vagas na assistência à população e na descentralização dos leitos de terapia intensiva, em 2018 Pernambuco tinha uma taxa de 1,11 leito de UTI para cada 10 mil habitantes. Em 2007, quando o Estado contava com pouco mais de 300 vagas de terapia intensiva esta taxa era de apenas 0,38. Atualmente, já levando em conta os leitos que estão sendo absorvidos de forma permanente à rede, Pernambuco tem uma proporção de 1,58 leito a cada 10 mil habitantes.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) relembra que um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) realizado em 2018 – ou seja, antes mesmo da pandemia – já apontava que Pernambuco figurava entre os únicos 10 estados do Brasil que atendiam às recomendações de proporção de leitos de UTI para a população, ocupando o primeiro lugar no Norte/Nordeste e acima de Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal.

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Últimos Comentários

  1. Essas modernizações só tem piorado a prestação dos serviços