Dos 112 mil atendimentos realizados pela UPAE em 2019, 80% não eram urgentes, diz relatório

por Carlos Britto // 12 de fevereiro de 2020 às 17:50

UPAE de Petrolina. Foto: Divulgação

Em relatório divulgado nesta quarta-feira (12), a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE) apontou que 63,82% dos atendimentos realizados em 2019 foram classificados de risco verde (pouco urgente) e 16,26% como azul (não urgente). Isso significa que a UPA tratou pacientes que, preferencialmente, deveriam ser atendidos pelas unidades básicas de saúde.

Segundo o documento, apenas 18,13% dos atendimentos correspondem à urgência e emergência. “Isso reflete algumas questões, como por exemplo, a falta de conhecimento da população acerca do perfil dos serviços de saúde disponíveis nos municípios e na rede, e o senso comum com relação à perspectiva de alta resolutividade da nossa Unidade. Somos a UPA que mais atende em Pernambuco, e muitas vezes ficamos superlotados de pacientes que não possuem o nosso perfil de atendimento”, relata a coordenadora geral Grazziela Franklin.

Os números também apontam uma alta taxa de resolução clínica. “Fechamos 2019 com uma taxa de resolutividade de 96,94% em oposição a uma taxa de remoção de 3,06%. Ou seja, resolvemos praticamente todos os casos que chegaram à Unidade e que as regulações/transferências para os serviços hospitalares de referência foram muito poucas, mais precisamente 738”, constata a coordenadora.

Para quem não conhece ou não entende muito bem o perfil da UPA 24 de Petrolina, vale ressaltar que o Pronto Atendimento corresponde ao serviço de atenção intermediária à saúde, ficando entre a atenção básica e a rede hospitalar. Em tese, os pacientes deveriam ficar apenas 24h no serviço, sendo então encaminhados à rede de alta complexidade, quando necessário. Em caso de melhora dentro das 24h o paciente recebe alta e é encaminhado ao acompanhamento ambulatorial, também quando necessário.

Mesmo com a alta demanda e superlotação do serviço em alguns, o Pronto Atendimento fechou o ano com uma avaliação positiva. De acordo com o relatório, 70% dos pacientes consideraram o atendimento recebido como bom/excelente.

Essa pesquisa de satisfação é feita internamente com os usuários e nos dá um panorama geral do serviço. Então, ficamos bem felizes, já que realizamos um trabalho sério e comprometido, que tem sido reconhecido ao longo desses 6 anos pela população”, acrescenta Grazziela Franklin.

Foto: Ascom UPAE/Imip divulgação

Outros números

No total, a Unidade realizou no ano passado 112.938 atendimentos, sendo 95.715 do tipo médico, 5.241 odontológico e 11.982 do tipo serviço social. Também foram contabilizados 597.240 procedimentos, divididos entre exames radiológicos, ambulatoriais, nebulização, ECG, medicação, sutura e curativo.

Especialidades

Já na UPAE Especialidades foram registradas 93.243 consultas ambulatoriais, 14.101 consultas com uma equipe multiprofissional, 16.154 sessões de reabilitação, 8.147 cirurgias e 170.943 exames. Dentre as especialidades, as mais procuradas tem sido as de cardiologia, endocrinologia, oftalmologia, dermatologia e gastrenterologia, classificou o relatório.

Tivemos um aumento de 24,01% no número de consultas executadas e de 22,29% de cirurgias com relação ao ano passado. Em dois anos somamos um aumento de mais de 40% com relação às consultas e isso é muito positivo, em especial para a população, que passou a ter mais acesso às especialidades médicas”, comemora Franklin.

Outro dado importante é o da perda primária (quando a vaga é disponibilizada pela UPAE e a consulta não é marcada) que fechou em 18,62% e do absenteísmo (quando o paciente falta) que fechou em 16,87%.

Significa que apesar de todo o nosso esforço, alguns pacientes ainda estão perdendo a oportunidade ou na marcação pelos municípios ou por faltarem à consulta, tirando assim a vaga de outras pessoas. Temos feito um trabalho forte de conscientização com relação a isso, mas os números ainda são altos”, alerta a coordenadora.

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