Comunitário afirma que atual Plano de Saneamento de Petrolina a ser elaborado é incompleto e contesta ranking do ‘Trata Brasil’: “Uma farsa”

por Carlos Britto // 29 de janeiro de 2019 às 17:27

Foto: Blog do Carlos Britto

A discussão acerca do novo Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Petrolina, realizada na manhã desta terça-feira (29) na Fundação Nilo Coelho, Centro da cidade, teve pelo menos um momento de discórdia. O protagonista da controvérsia foi o professor, pesquisador e geógrafo David Silva.

Natural de Minas Gerais, ele reside há quatro meses em Petrolina, no Loteamento Recife (zona norte). Desde então, vem colhendo detalhes sobre os serviços de abastecimento d’água e esgotamento sanitário do município. Tanto é que se insurgiu veementemente contra o novo PMSB. Durante o evento, David chegou a interromper o discurso do prefeito Miguel Coelho, em protesto pelo fato de o público presente à Fundação ter sido autorizado a se manifestar apenas por escrito, através de formulário, e não pelo microfone (a justificativa dada pelo próprio Miguel era para se evitar conotações políticas no evento).

Em seguida, David garantiu que o plano de saneamento elaborado em 2011, na primeira gestão do ex-prefeito Julio Lossio, é mais completo do que esse que está sendo elaborado.

Tudo o que eles falaram, qualquer pessoa com uma vontade aguçada vai perceber que são dados do IBGE. Esse plano de saneamento que está sendo apresentado tem quase 300 páginas, e quase 190 são de números que você encontra no IBGE ou no ‘Trata Brasil’. Só 20% são dados que nos interessam, e é isso que de fato vale a pena. Agora, o plano de 2011 tem duas partes, mostra nossa realidade e simplesmente ele foi descartado”, alfinetou.

Compesa

As críticas do professor sobram também para a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo ele, as informações contidas no Site ‘Trata Brasil’, apontando Petrolina como a 15ª cidade mais bem saneada do país em 2018 entre aquelas com mais de 100 mil habitantes, não condizem com a realidade. “Não precisa ser um técnico para perceber que isso é uma grande farsa. Não estamos nem entre as 100 melhores”, declarou.

Com a ajuda de um amigo, David disse ter levantado dados junto a lideranças comunitárias de Petrolina, moradores e à prefeitura. Nessa última, ele revelou que o diretor-presidente da Armup, Rubem Franca, foi o único a ajudá-lo em seu relatório. “Fui muito bem recebido, ele me deu uma contribuição valorosa”, frisou. Segundo David, a responsabilidade pelo saneamento básico é do município. A proposta que ele tem para o setor, após ter elaborado o relatório, seria a criação de uma autarquia municipal de água e esgoto, além da criação de um conselho de saneamento básico, desatrelado da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA).

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