Ato de racismo com goleiro da Juazeirense será denunciado ao Ministério Público

por Carlos Britto // 19 de maio de 2019 às 19:30

Como este Blog mostrou mais cedo, o goleiro Deijair relatou ter sido vítima de racismo durante a partida entre Juazeirense e Aparecidense-GO, no sábado (18), pela Série D do Campeonato Brasileiro. Durante o confronto, vencido pelos goianos por 2 a 1, o atleta afirmou ter sido chamado de macaco. O arqueiro ainda se dirigiu ao alambrado para confrontar o torcedor e acabou sendo expulso da partida. A Juazeirense prestou assistência ao atleta.

Esposa de Deijair, a advogada Luamar Sepúlveda comentou o caso. Ao Bahia Notícias ela explicou o ocorrido: “Fui surpreendida com a notícia que meu marido tinha sofrido um ato de racismo. Aguardei ele sair do jogo e confirmei com ele. Ele me passou que no meio do segundo tempo, inclusive a transmissão que estava passando no My Cujoo foi suspensa após a confusão. Alguns torcedores da Aparecidense começaram a ofender os jogadores da Juazeirense. Um torcedor específico atirou um copo de cerveja no Deijair e o chamou de negro, fedido, fuleiro… E algumas pessoas no local também escutaram o chamando de macaco. Ele se chateou, reportou ao quarto árbitro, que passou para o árbitro que incrivelmente o expulsou alegando estar tumultuando a partida”, relatou Luamar.

Ainda segundo a advogada, Deijair tentou prestar queixa em um posto policial, mas foi informado que não haveria a possibilidade de fazer o Boletim de Ocorrência no local. Com isso, ela afirmou que está aguardando o goleiro chegar em Juazeiro para fazer. “Deijair não dormiu e está muito abalado. Vamos fazer o Boletim em Juazeiro e também faremos uma denúncia ao Ministério Público para se tratar do caso”.

Estamos cansados, são coisas que acontecem no nosso cotidiano. Mas agora foi dentro do trabalho dele, e eu, como esposa e advogada, não deixarei meu marido ser lesionado. Queremos mostrar para as pessoas que isso ainda acontece e queremos acabar com isso”, lamentou a advogada.

Crítica ao clube

Ela ainda criticou a Aparecidense, que como mandante do jogo, apenas publicou em suas redes sociais que “não compactua com esse tipo de atitude”.

A Aparecidense foi tão leviana que publicou que não compactua com esse tipo de atitude. O que é esse tipo de atitude? O descaso é tamanho que não fizeram nenhuma nota oficial. Vamos pensar no que fazer um pouco mais a frente. Mas no momento nosso interesse não é comercial”.

Na súmula do jogo, o árbitro Silvio André Loureiro de Lima relatou o motivo da expulsão: “Aos 42 minutos do segundo tempo, expulsei com cartão vermelho direto o referido atleta, por sair do banco de reservas de sua equipe e dirigindo-se ao alambrado, o mesmo chutou o alambrado e tentou agredir um torcedor caracterizado com as cores da equipe A.A. Aparecidense. O atleta expulso alegou ter sido xingado pelo torcedor envolvido de macaco. Cumpro informar que o quarteto de arbitragem não presenciou tal fato e, até o fim deste relatório não foi apresentado a identificação do torcedor envolvido e nem o boletim de ocorrência do atleta da equipe Juazeirense“. (Com informações do Bahia Notícias)

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