Assassinato de PM cometido por colega choca Pernambuco. Comando envia nota

por Carlos Britto // 31 de agosto de 2015 às 07:25

assassinato PMUm policial militar morreu na manhã deste domingo (30) após ser atingido na cabeça por um colega de batalhão enquanto faziam plantão no bairro de Apipucos, Zona Norte do Recife. Uma terceira policial foi testemunha do crime, que teria sido motivado por uma discussão sobre cotas raciais. O soldado acusado de efetuar o disparo já tinha um histórico complicado dentro da corporação, com relatos inclusive de dependência química e sérios problemas de relacionamento no trabalho.

A vítima, Adriano Batista da Silva, 41 anos, estava na PM há pouco mais de 10 anos, serviu no 24° BPM, em Santa Cruz do Capibaribe, e, atualmente, estava no 11° BPM, em Casa Forte. Considerado por todos no batalhão como um bom policial, Adriano deixa mulher e um filho.

Os três policiais militares realizavam policiamento ostensivo numa viatura quando o soldado sacou a arma de fogo e atirou na cabeça do comandante da viatura. O policial baleado foi conduzido em estado grave para o Hospital da Restauração, mas não resistiu aos ferimentos.

O comando da PM informou que o Centro de Assistência Social do batalhão está prestando total apoio aos familiares do PM assassinado.

A policial que presenciou o crime está em estado de choque e deve ser ouvida durante a instrução criminal. Já o agressor foi imediatamente preso e recolhido para a sede da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social.

O autor do disparo, Flávio Oliveira, que tem sete anos na Corporação, ao final da instrução criminal poderá ser submetido a um processo de Licenciamento ex-offício e ser expulso dos quadros da Corporação.

Em nota divulgada na tarde deste domingo (30), o Comando da Polícia Militar de Pernambuco esclareceu a posição da corporação sobre as circunstâncias que envolvem a morte do cabo Adriano Batista da Silva, 41, vítima em serviço de disparo de arma de fogo efetuado pelo soldado Flávio Oliveira da Silva, 32, na manhã deste domingo. Flávio trabalhava de patrulheiro na viatura comandada pela vítima.

Confiram:

O Cb Adriano era responsável pelo patrulhamento ostensivo motorizado nos bairros de Guabiraba/Pau Ferro, com ele trabalhando o autor do disparo e uma policial militar feminino, que presenciou o crime;

– Hoje seria o quarto serviço que a equipe estaria trabalhando junto, não havendo qualquer relato anterior que indicasse desentendimentos entre os componentes da guarnição;

– O Sd Flávio, responsável pelo disparo, tem 6 anos na PM e já serviu no 17º BPM, com sede em Paulista, e no 19º BPM, em Boa Viagem, de onde foi transferido, por permuta, com outro policial para o 11º BPM, em Casa Forte. A permuta é um procedimento administrativo de movimentação de policiais militares para as unidades da Corporação e tem como princípio o interesse das partes envolvidas, sendo o sd Flávio apresentado no batalhão atual no último dia 03 para exercer suas funções policiais militares;

– O tiro fatal aconteceu logo depois que a equipe assumiu o serviço e próximo ao açude de Apipucos, zona Norte do Recife. Na ocasião o Cb Adriano retornaria para a sede do 11º BPM com o objetivo de substituir o suspeito por outro policial, já que entre eles estava havendo, na data de hoje (30), um desentendimento sobre temas ideológicos. Após ser atingida pelo disparo, a vítima, que dirigia a viatura, perdeu o controle da guarnição, que logo, com a intervenção da policial feminino, conseguiu colidir em um poste e outro veículo particular, evitando cair no açude da região. De imediato, a PM, em estado de choque, seguiu correndo para a sede do 11º BPM, distante cerca de 400 metros do ocorrido, onde solicitou ajuda de colegas, que fizeram a prisão do patrulheiro, ainda no local do crime.

O fato, que choca a sociedade Pernambucana e toda família policial militar, tem recebido a atenção do Comando Geral, que já empenhou as equipes de oficiais do Centro de Assistência Social e do setor de Psiquiatria da PM, bem como dos 11º BPM, 17º BPM, 19º BPM e o serviço reservado da Corporação, com o objetivo de entender o que pode ter motivado a solução fútil e covarde com que se deu desfecho deste caso.

Até aqui, o que se sabe é que o sd Flávio já passou por intervenções cirúrgicas neurológicas e no ano de 2013 foi atendido pelo núcleo de Apoio ao Dependente Químico (NADEQ), por uso de álcool, e pelo Gabinete de Psiquiatria da Corporação, de onde recebeu alta médica, reabilitando-o para o serviço policial militar.

No que diz respeito às questões étnico-racial, que se especula, em princípio, ter sido a motivação de uma discussão entre as partes, a PM, desde o ano de 1998, preza nas suas matrizes curriculares a presença da disciplina de Direitos Humanos, com a inclusão de outras disciplinas e matrizes de conhecimento no campo não só profissionalizante como ético nos diversos cursos no âmbito da Corporação, a exemplo do atual Curso de Formação de Soldados, com 1.117 policiais militares, que estudaram a disciplina de Diversidade Étnico Sociocultural. Ainda no ano de 2013 a corporação incluiu no seu quadro organizacional uma diretoria estratégica de Articulação Social e Direitos Humanos (DASDH), que vem promovendo palestras nas diversas unidades da PM.

Já em relação às circunstâncias de como ocorreram o lamentável e trágico episódio, estas serão esclarecidas durante a investigação, que já está em andamento, por conta da autuação em flagrante delito do suspeito, que foi autuado em flagrante delito na sede da Corregedoria da Secretária de Defesa Social, por crime militar, e que segue, agora, para a sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

Coronel Pereira Neto/Comandante Geral-PMPE

Sepultamento

O corpo do CB Adriano será enterrado nesta segunda-feira (31), no cemitério Parque das Flores, em Recife, às 15h. A cerimônia contará com honras militares, que serão realizadas pelo Batalhão de Guarda (BPGd). O Comando Geral determinou luto oficial de três dias em todas as unidades da Corporação. (Com informações do JC Online/foto divulgação)

Assassinato de PM cometido por colega choca Pernambuco. Comando envia nota

  1. Maria Josefa Silva disse:

    Depois do tratamento ao qual se submeteu jamais poderia ter retornado a atividade militar. Falha no sistema. Infelizmente tirou a vida de um colega pra ser expulso da corporação.

  2. Olhao aberto disse:

    Ja tem cara de doido !

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