Artigo do leitor: “Quais critérios a Univasf usa para definir quem é pardo ou negro?”

por Carlos Britto // 04 de fevereiro de 2020 às 08:20

Campus Sede da Univasf, no Centro de Petrolina. (Foto: Blog do Carlos Britto)

O sistema de avaliação das cotas raciais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) é questionado pela leitora Gercivania Gomes, mãe de estudante autodeclarado como pardo. Em seu artigo, ela questiona os critérios adotados pela instituição durante uma avaliação prévia dos cotistas, ocorrida ontem (3).

Acompanhe:

Venho explanar uma situação que me deixou bastante incomodada. Nesta segunda-feira (3/02), presenciei no Campus Petrolina, sede da Univasf, uma situação de grave descaso com os alunos pardos que passavam pelo processo de heteroidentificação para efetivar as suas matriculas.

Embora o processo devesse estar pautado no Estatuto da Igualdade Racial, esta segunda-feira foi um verdadeiro caos. Inúmeros candidatos que carregam em seu corpo todos os fenótipos da raça parda foram julgados como não sendo compatíveis com a raça.

A partir disso, me questionei quais são os critérios que a banca utilizou para definir quem é ou não pardo, olhei no edital e esse não especifica quais são os parâmetros a serem avaliados. Visto que, em quase todos os casos, é evidente que não foram cor da pele, textura do cabelo e nem traços faciais.

Como acompanho sempre seu trabalho, acredito que você possa ajudar a cobrar da instituição um esclarecimento da injustiça que foi praticada com tantos candidatos, que após muito esforço estão vendo seus sonhos indo embora devido uma análise realizada de forma um tanto quanto nebulosa.

Gercivania Gomes/Mãe de estudante da Univasf

Artigo do leitor: “Quais critérios a Univasf usa para definir quem é pardo ou negro?”

  1. Costa disse:

    Parabéns Gercivania, foi muito oportuno sua colocação pra esse quesito, onde realmente é uma incógnita os critérios para essa avaliação da UNIVASF, onde com certeza o estudante aprovado será unicamente prejudicado.

  2. Univasf disse:

    Bom, muitas universidades já fazem essa avaliação de raça e ela é extremamente importante para evitar roubo e fraudes no sistema de cotas. A univasf segue o mesmo parâmetro das outras universidades: as características disponibilizadas pelo IBGE.
    Tava passando da hora de ter isso na univasf!
    Parabéns a gestão!

  3. Laylla Andrade disse:

    Primeiramente é necessário respeitar critérios, esses com embasamentos legais! Não basta simplesmente afastar um aluno, da Universidade tem que motivar seus atos, tem que criar uma comissão específica, com base numa Portaria Federal! A instrução normativa da Universidade é irregular, contrapõe aos ditâmes legais. Os alunos estão sendo vítimas de um processo, totalmente afrontoso aos princípios constitucionais. A Universidade hoje responde por processos judiciais, justamente por tais questionamentos. Atos administrativos, são questionados sim no judiciário e se ilegais, tornam o processo nulo.

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