Adiamento da PPP do Saneamento em 12 anos prejudica os pernambucanos, diz líder da Bancada de Oposição na Alepe

por Carlos Britto // 27 de março de 2018 às 21:02

Deputado estadual Sílvio Costa Filho. (Foto: Assessoria/Divulgação)

O Governo de Pernambuco prorrogou o prazo para conclusão das obras da parceria público-privada (PPP) do Saneamento, que tem como meta universalizar o acesso à rede de esgotamento sanitário em toda a Região Metropolitana do Recife. Com a alteração, o novo cronograma estica para 2037 a conclusão das obras, antes previstas para serem entregues 12 anos antes, em 2025. Essa extensão do prazo, de acordo com a oposição na Assembleia Legislativa (Alepe) teria ocorrido sem nenhum debate ou discussão com a sociedade.

De acordo com o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), desde 2015, segundo ano da PPP, a estatal de saneamento vem repassando 86,5% de todo o faturamento com a taxa de esgoto para o parceiro privado, a BKF Ambiental, a título de contraprestação operacional, o que representa pouco mais de R$ 200 milhões por ano. Para 2018, segundo nota técnica da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), essa conta somará R$ 239,1 milhões. Quando o Programa Cidade Saneada foi iniciado, em 2013, a cobertura dos serviços de coleta e tratamento de esgoto na Região Metropolitana do Recife era de 30%, atualmente o índice é de 37%, podendo chegar a 90% em 2037, quando na verdade a promessa inicial era de que até 2024, a mesma parcela da população teria a cobertura de esgotamento sanitário.

O parlamentar também questiona a nova equação financeira do empreendimento, que reviu os valores de investimentos a serem feitos pela Compesa e pelo parceiro privado, a BRK Ambiental, que assumiu a participação da Odebrecht no empreendimento. “Segundo o último aditivo do contrato, a BRK vai desembolsar R$ 5,83 bilhões. Como a empresa vai ser remunerada por esse investimento extra? Quanto desse total vai ser repassado para o consumidor?“, questiona.

Desequilíbrio

Silvio destaca que essa é a terceira PPP firmada pelo Governo do Estado a apresentar desequilíbrio financeiro, a exemplo da Arena Pernambuco e do Complexo Prisional de Itaquitinga. Hoje, ambas foram assumidas pelo ente público, depois de causar graves prejuízos financeiros ao Estado. “É preciso que o governo Paulo Câmara, através da Compesa, venha até esta Casa para esclarecer o que está acontecendo com a PPP do Saneamento, além de prestar contas do que efetivamente foi realizado nesses últimos cinco anos da parceria“, cobra o deputado, informando que está apresentando uma solicitação de audiência pública para que o presidente da Compesa, Roberto Tavares, apresente à sociedade pernambucana um balanço do programa, a nova equação financeira e o cronograma da PPP do Saneamento.

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Últimos Comentários

  1. Tem que desapropriar o imóvel onde ficava a casa da criança, atrás do regente, para fazer um terminal de ônibus.

  2. Deu lugar ao mercado turístico? Por que deram esse nome? Bom, acho que já mudou, mas era melhor ser chamado…