Radialistas, como somos

por Carlos Britto // 21 de setembro de 2015 às 23:00

IMG_3200Desde muito cedo eu me apaixonei pelo rádio. Achava mágico o som que saía daquela caixa. As músicas, os sons e principalmente as vozes.

Eu precisava descobrir aquilo, fazer parte daquele mundo.

Ouvia maravilhado Carlos Augusto, Antonio Fernandez, Farnésio Silva, Vinicius de Santana, Aluizio Gomes, Daniel Campos, Paulo Junior, Wuinston Monteclaro, Juarez Farias e outras grandes vozes. Centenas delas que povoaram minha infância.

A Rádio Globo era a minha companheira das madrugadas com Jorge Luiz e José Manja…Depois conheci Aroldo de Andrade, Francisco Barbosa, Paulo Giovani, Waldir Vieira, Roberto Figueiredo e a grande voz…Edmo Zarif.

Um dia, em São Paulo, ouvi Ely Correia…Enlouqueci e decidi que queria aquilo para minha vida. Daí em diante nunca mais parei.

Sou um radialista na essência. Sou fã de vinhetas, jingles, trilhas, prefixos e essas coisas que só a gente que é fã de rádio entende. Aliás, nós somos mesmo diferentes: os normais gostam da informação, das músicas…Nós gostamos mesmo é das vozes, dos comerciais, da hora certa e dos sotaques.

Nossa profissão, talvez, seja a que mais faz profissionais e fãs ao mesmo tempo. Gostamos de ouvir uma boa locução, adoramos a interpretação correta, o comercial bem gravado e a colocação vocal adequada.

As horas de stúdio cansam, maltratam, mas no dia seguinte queremos estar lá novamente….Ávidos pra falar, mandar nossos alôs…Comunicar mesmo que nos paguem bem pouco.

Com mais gente ou na solidão do estúdio, o importante é estarmos lá e, quando a luz acender e o microfone se abrir, nosso sorriso vai se revelar e um montão de gente vai ouvir nossa voz. Não pode existir experiência melhor do que essa. A gente é do rádio e o rádio é o que a gente faz. É isso ai!

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