Professor acusa unidade do Sesi em Petrolina de assédio moral, após ser suspenso; assessoria jurídica rebate

por Carlos Britto // 15 de setembro de 2017 às 18:25

Tradicional instituição de Pernambuco, o Sesi viu esta semana uma de suas unidades, localizada em Petrolina, ser acusada de assédio moral. O fato aconteceu na última segunda-feira (11). Quem formalizou a acusação foi o professor de Geografia, Jean Pinheiro.

Conforme contou a este Blog, o professor foi desligado temporariamente de suas funções no Sesi, depois de ter sido denunciado – segundo ele, de forma caluniosa – por um dos seus alunos do 1º ano, por permitir o acesso a sites pornográficos numa aula de laboratório, pela qual pediu à turma que pesquisasse sobre o fenômeno do El Niño.

Jean garante que o único registro dessa denúncia está numa foto tirada por uma aluna sua, que não representa nenhuma prova contra ele. Mas o pior desse episódio, segundo ele, além de não ter sido verdade, foi o fato de a direção suspendê-lo sumariamente do cargo, sem direito a remuneração, e nem ouvir suas explicações ou averiguar o que realmente aconteceu.

Com sete anos de atuação no Sesi, Jean é tido por colegas de trabalho como um profissional “de conduta ilibada”, até porque também leciona em outros estabelecimentos de ensino. Ele acredita que, pela forma como tudo aconteceu, trata-se de uma “perseguição” por parte da direção do Sesi, uma vez que também faz parte do Sindicato dos Professores no Estado de Pernambuco (Sinpro)/unidade de Petrolina.

Eles me suspenderam de forma arbitrária, sem remuneração. A gente sabe do momento político, dessas reformas que não concorrem para proteger os direitos do trabalhador, e aí a classe patronal já se apropria disso inclusive para perseguir os trabalhadores, sobretudo aqueles que têm militância sindical”, desabafou. Jean informou ainda que tanto o aluno que acessou o site proibido, quanto a aluna que tirou a foto, já assumiram suas responsabilidades perante a direção e desfizeram o mal-entendido. Mesmo assim ele continua punido.

O professor, por meio do Sinpro, ingressou com uma ação judicial pedindo uma retratação do Sesi. De acordo com Vanessa Chaves, que também integra a diretoria do Sinpro em Petrolina, a entidade leva em conta a condição de sindicalista de Jean, mas sobretudo a sua atuação enquanto educador. Nos dois casos, o professor foi desrespeitado pela instituição. “Essa é uma prática que não se adota em nenhuma outra unidade de ensino de nenhuma outra rede, de não ouvir o professor, de não procurar saber o que aconteceu”, declarou.

Vanessa também reforçou sua preocupação com esse fato, que para ela é tão fora de contexto, diante do exemplo de profissionalismo de Jean, que não como dissociar dos ataques aos direitos trabalhistas impostos pelas reformas do governo federal.

Outro lado

Procurado pela reportagem, o Sesi esclareceu o episódio por meio de sua assessoria jurídica no Recife, a qual confirmou o desligamento de Jean. A assessoria justificou, no entanto, que em nenhum momento o professor procurou a direção para explicar o ocorrido. “Tomamos conhecimento através dos pais dos alunos”, disse.

A assessoria jurídica ressaltou ainda que um inquérito judicial foi feito para apurar o que aconteceu, e descartou as críticas de que o Sesi estaria perseguindo o professor. A assessoria garante que a instituição mantém uma boa relação não apenas com o Sinpro, como também com o Sindicato dos Empregados, Entidades de Assistência Social e de Formação Profissional (Senalba).

Professor acusa unidade do Sesi em Petrolina de assédio moral, após ser suspenso; assessoria jurídica rebate

  1. Jonathian pessoa de morais disse:

    Mas uma vez o professor e punido por não ser ouvido a voz do aluno vale mas inversão de valores.

  2. Thaís disse:

    Já foi meu professor há muitos anos atrás, sempre teve uma conduta exemplar, atencioso com todos os alunos, paciente, procura inovar sempre e trazer atualidades condizentes com a matéria, é professor por vocação e foi um dos meus melhores professores que tive. Que pena que os alunos, pais e os colégios/ escolas não sabem mais escutar as duas partes e usar da sensatez para esclarecer os problemas que aparecem nas escolas. Espero que o SESI se redima e reconheça seu erro.

  3. Amaral disse:

    O que parece é que ele foi punido , não por palavra de aluno nenhum , foi denunciado por ninguém e punido por uma imagem sem texto. Quem fez isso já vinha com vontade de punir ele

  4. Estella amorim disse:

    Com certeza jean é uma pessoa do bem,nada disso é verdadeiro.espero que o sesi volte atrás e veja o que aconteceu de verdade.

  5. Sandra disse:

    Absurdo isso! Que tinha que procurar esclarecimentos era a instituição e não o professor. Fez merda é não tem nem argumento pra se explicar!!!
    Nunca vi isso!!! É de uma imaturidade assustadora 😱😱😱😱

  6. Janyne Lima disse:

    Tive aulas com o professor Jean no Impulso, preparatório para vestibular. Uma pessoa excelente que sabe como se portar e é, sem dúvidas, o melhor professor de geografia que eu já vi. Quem perde é o Sesi, não ele.

  7. Erick disse:

    A injustiça que o sesi propago contra Jean pinheiro e uma injustiça porque em nenhum momento veio uma mae o pai reclamar por causa de jean estudo nessa escola e sinceramente nao apoio essa injustiça #tamojuntojean

  8. Juliany disse:

    Jean foi meu professor e sempre teve otima conduta, porém o que me deixa intrigada é por que uma instituição de ensino libera em sua rede de internet acesso a sites pornográficos, esse tipo de conteúdo pode ser bloqueado, o Sesi deveria rever se posicionamento.

  9. Tatiana Campos disse:

    Que coisa sem lógica . Se o professor vai a um laboratório com os alunos, ele não tem como controlar o acesso dos alunos, ele orienta, mas cabe a instituição e sua equipe de TI bloquear os sites que julgam pornográficos, logo, quem deveria ser punido seria o Sesi e não o professor, já que não é serviço dele fazer monitoramento de máquinas.

  10. Thiago disse:

    Infelizmente Jean foi tratado com desrespeito, o conheço, fui seu aluno no próprio SESI e também em cursos preparatórios para concurso, e lhes digo, ele é um profissional super competente, e poucos professores têm a didática que ele tem. Injustiça!

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