Vítima de sequestro e tentativa de estupro em Juazeiro relata momentos de terror nas mãos do agressor

por Carlos Britto // 09 de dezembro de 2020 às 18:33

Foto: Reprodução/Rede Social

Os casos de violência contra a mulher no Vale do São Francisco só aumentam. Na noite da última sexta-feira (4), a jovem Vitória Barbosa, 20 anos, foi vítima de uma tentativa de estupro e sequestro, em Juazeiro (BA). Em entrevista ao programa Carlos Britto, desta quarta-feira (8), ela narrou emocionada, os momentos de terror que passou nas mãos do suspeito, que havia estudado com ela, e atualmente, se reaproximou.

“Estudamos juntos, éramos do mesmo grupo de amigos, éramos próximos. A gente se falava de vez enquando, mas eu não sabia que ele era errado. E recentemente, ele teve uma filha. Aí ele falava com o grupo de amigos que estava num momento difícil, que ele não imaginava nessa situação. Sabe contando uma história bastante delicada, aí todo mundo vai se comovendo”, contou. A partir daí, ela e uma amiga aceitaram o convite para visitar a suposta filha dele.

Vitória, que estava em Petrolina (PE), marcou com o suspeito para que ele buscasse as duas. “Ele marcou comigo e com essa amiga. Buscou primeiro eu [de moto] e ficou de passar para buscar ela”, explicou. No caminho, ele mudou o percurso, indo em direção a saída da cidade de Juazeiro. “Aí eu comecei a estranhar e perceber que tinha alguma coisa errada, porque o caminho não era esse, era no Centro de Juazeiro. Comecei a ficar apavorada. m alta velocidade ele desviou o caminho para a estrada da Agrovale”. 

No trajeto, Vitória questionava para onde estariam indo, e ele não respondia. Em um dado momento, ele parou a moto, e ela tentou fugir, mas sem sucesso. Pediu socorro a alguns motoristas que passavam pela BR, mas nenhum deles parou. “Ele me pegou de volta e anunciou um sequestro, disse que sempre quis me sequestrar, e hoje era o dia”. Nesse momento, ela conta que pediu ajuda, mas teve sua boca tapada, levada para um matagal e vendada. Ela acredita que não foi estuprada porque “mostrou resistência e os carros que já teriam passado iam ligar para polícia, pode ter sido isso”. Ela conta que teve a alça do vestido rasgado, as sandálias retiradas e seu corpo tocado pelo agressor, e aí percebeu que ele estava com uma faca na cintura.

A vítima foi forçada a subir na moto e seguir com o suspeito até o “seu cafofo”. E no trajeto, questionou sobre a visita que fariam a suposta filha dele. “Ele falava que não tinha bebê alguma, é só ele e eu. Disse que ia me levar para o cafofo dele e eu ainda vendada”, contou. Minutos depois, ela percebeu que estavam passando em um local movimentado e saltou do veículo em movimento, mesmo vendada. “Tentei distrair ele falando que ele estava indo muito rápido, ele estava em alta velocidade, aí eu meio que desestabilizei ele, foi quando eu pulei na BR”. Caída próximo a rotatória da BR-407, mesmo machucada, Vitória levantou e correu pedindo ajuda, e o agressor ainda tentou arrastá-la de volta para a moto.

Diante da situação, ela foi socorrida por condutores que passavam pelo local, um deles, mototaxista chegou a enfrentar o suspeito, que lhe mostrou a faca que carregava na cintura, antes de fugir. Vitória foi levada a delegacia da Polícia Civil de Juazeiro pelo motorista de uma van que também presenciou os fatos. E depois encaminhada para o Hospital Universitário de Petrolina para cuidar dos ferimentos. O boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil investiga o caso. 

Vitória relatou ainda, durante a entrevista, que ao ser encaminhada a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Juazeiro, não se sentiu acolhida. “Fui encaminhada para a delegacia da Mulher, só que não tive muito sucesso. Onde a doutora Rosineide me atendeu, só que foi sem sucesso. Cheguei na delegacia, contei minha história, mas foi sem sucesso porque tinha muitas prioridades na minha frente. Saí de lá muito chateada e revoltada”, desabafou.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil da Bahia, que informou que divulgará uma nota oficial sobre o assunto.

Vítima de sequestro e tentativa de estupro em Juazeiro relata momentos de terror nas mãos do agressor

  1. Bingo disse:

    Delegacia da mulher, que não acolhe e não protege a mulher.
    Isso só se vê na Bahia!
    Não é a lei que decide a proteção, mas quem manda na delegacia.

  2. CORTADOR disse:

    Qual a solução pra estuprador?

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