Vazão do São Francisco deverá ser reduzida ainda nesta semana

por Carlos Britto // 01 de novembro de 2016 às 06:20

Rio São Francisco. (Foto: Duda Oliveira/Blog do Carlos Britto)

A vazão do Rio São Francisco, nos reservatórios de Sobradinho (norte da Bahia) e Xingó (AL), deverá ser reduzida nos próximos dias de forma gradual, de 800 para 750 metros cúbicos por segundo (m³/s) e, em seguida, para 700 m³/s, a depender dos impactos ambientais. A decisão foi anunciada na segunda-feira (31/10), na reunião da Agência Nacional de Águas (ANA), realizada em Brasília (DF), e transmitida por videoconferência para todos os estados da bacia do São Francisco.

A medida foi anunciada depois que a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) manteve a posição de não assumir as condicionantes estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para reduzir a defluência no rio. O principal argumento da Chesf, apresentado pelo diretor de Operação da empresa, João Henrique de Araújo Franklin, é a de que o setor elétrico não é principal usuário das águas do São Francisco.

Diante da posição da Chesf, a diretora de Licenciamento Ambiental do Ibama, Rose Mirian Hofmann, explicou que as condicionantes definidas pelo órgão terão que ser obedecidas. “Se não for nesse momento, elas serão migradas quando da renovação da licença de operação da Chesf”, disse. A resolução da ANA com a redução da vazão deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), edição desta terça-feira (1).

No dia 7 de novembro, haverá outra reunião na ANA para continuar a discutir a questão. O encontro, marcado para começar às 10h, também será transmitido por videoconferência, a fim de garantir a maior participação dos estados nas discussões. As condicionantes questionadas pela Chesf são as seguintes: um estudo sobre lagoas marginais; outro sobre a área socioeconômica; um terceiro sobre monitoramento da fauna; e, por fim, um sobre monitoramento da água subterrânea.

Vazão do São Francisco deverá ser reduzida ainda nesta semana

  1. Crítico Construtivo disse:

    Abaixo o cometário que eu fiz quando o IBM A impôs os tais condicionantes. Agora a autarquia ambiental fala em cumprimento posterior. É uma piada em cima de outra.

    Crítico Construtivo disse:

    4 de outubro de 2016 às 13:34

    Se for respeitar essas condicionantes absurdas, não vai haver redução, por impossibilidade absoluta de se fazer tais estudos. Quando o lago de Sobradinho chegar a “0”, aí a vazão ficará a mercê do que estará entrando, algo em torno de 80 m3 de água, pois essa é a quantidade de água que entra na barragem de Três Marias. Nesse caso, vão punir quem? São Pedro?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários