Três maiores barragens do interior de Pernambuco estão em colapso

por Carlos Britto // 23 de outubro de 2015 às 16:08

barragem secaPernambuco enfrenta a maior seca dos últimos 50 anos. As três maiores barragens do Interior do Estado estão em colapso de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), responsável pelo monitoramento dos reservatórios. Juntas, essas barragens abastecem mais de um milhão de pessoas. A maior delas, a Barragem Engenheiro Francisco Sabóia, conhecida como Poço da Cruz, em Ibimirim, no Sertão do Moxotó, está apenas com 4,5% dos 504 milhões de metros cúbicos que tem capacidade.

O reservatório de Entremontes, localizado em Parnamirim, no Sertão Central, segundo maior do Interior, tem somente ocupados 4,07% da capacidade de 339 mil/m³. Já a maior barragem do Agreste, o Sistema Jucazinho, localizado em Surubim, está com apenas 2,5% da capacidade, que é de 307 mil/m³. O reservatório abastecia 15 municípios, mas, devido à falta de água, três cidades (Caruaru, Gravatá e Bezerros) foram transferidas para o Sistema do Prata.

De acordo com a gerente regional da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Nyadja Menezes, a situação de Jucazinho é considerada crítica. “Nós agora só abastecemos 12 cidades com a água deste reservatório e todas elas passam por um duro racionamento de água. Santa Cruz do Capibaribe, por exemplo, passa 2 dias com água e 28 sem. A situação é muito ruim. E, se não chover, essas cidades terão que ser abastecidas exclusivamente com caminhões-pipas”.

A maior cidade do Agreste está sendo abastecida pelo Sistema do Prata. Caruaru tem cerca de 350 mil habitantes e enfrenta um calendário de rodízio de água. Alguns bairros passam até oito dias sem receber água nas torneiras, outros recebem apenas por caminhão-pipa.

Futuro

Uma das obras que pode melhorar o abastecimento do Agreste é a ligação do Sistema Jucazinho com o Rio Piranji, localizado em Catende, na Zona da Mata Sul. A obra, orçada em R$ 60 milhões, tem 23 quilômetros de extensão e deve contar com duas elevatórias. “Com a transposição do Piranji, serão acrescentados cerca de 400 litros por segundo para Caruaru. A obra está em fase de projeto e deve estar pronta no segundo semestre de 2016”, afirma a gerente da Compesa.

Já no Sertão, os moradores ainda aguardam a conclusão das obras da Transposição do São Fransico, agora prevista para o segundo semestre de 2017. As estações elevatórias construídas devem levar água para mais de dois milhões de pessoas na região. (fonte/foto: NE-10)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários