Terreiros de Juazeiro recebem visita de membros do Conselho de Cultura e se unem contra intolerância religiosa

por Carlos Britto // 01 de julho de 2016 às 21:00

Quatro terreiros de Juazeiro (BA) servem de exemplos como espaços religiosos cruciais à preservação da cultura atrelada às religiões de matriz africana. Com o objetivo de pensar meios de resguardar esses locais e combater a intolerância religiosa na Bahia, integrantes do Conselho Estadual de Cultura estiveram com lideranças religiosas e ouviram relatos de violência e as tentativas de reduzir o preconceito.

Foram visitados os terreiros Ilê Asé Ayra Onyndancor, Ilê Asé Ominkayodé, Ilê Abasy de Oiá Guenã e o Bandalê Congo, todos situados no bairro do Kidé. O encontro aconteceu em 17 de junho, um dia depois de o Conselho Estadual de Cultura realizar Sessão Plenária no Espaço Cultural João Gilberto, evento que reuniu agentes culturais, artistas e dirigentes de cultura em torno de um debate centrado nos impactos da crise econômica e política na gestão da Cultura.

É preciso buscar meios de ajudar os povos de terreiro na preservação das práticas culturais coletivas advindas da matriz religiosa afrobrasileira. Por isso, é importante pensar alternativas para colaborar na instrução dessas comunidades a respeito dos aspectos legais de proteção, como o registro especial, tombamento e outras políticas públicas de proteção, a exemplo das áreas de rota cultural e paisagística (PCP), regularização fundiária, dentre outros”, afirmou a conselheira Ana Vaneska, presidente da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural do Conselho Estadual de Cultura. Estiveram também presentes os conselheiros Nilo Trindade, DJ Branco e Ary da Mata.

Apedrejamento

A gerente de diversidade da Secretaria de Desenvolvimento e Igualdade Social, Luana Rodrigues, e a supervisora de Promoção da Igualdade Racial, Iuana Loise, acompanharam os membros do Conselho nas visitas aos terreiros. Um deles, o Ilê Abasy de Oiá Guenã, sofreu uma série de atentados no ano passado. O mais grave aconteceu em julho, quando um apedrejamento foi registrado.

Logo após os episódios de violência, líderes religiosos se mobilizaram pelo combate à intolerância religiosa em Juazeiro. A comunidade participou de passeatas e rodas de conversas voltadas à cultura da paz e ao respeito à diversidade, assim como foi instituído 8 dezembro como o Dia Municipal dos Povos de Terreiro. (foto:Secretaria de Cultura/divulgação)

Terreiros de Juazeiro recebem visita de membros do Conselho de Cultura e se unem contra intolerância religiosa

  1. D Carvalho disse:

    Porque não divulgam sua cultura em vez de ficar com essa auto-piedade? Mimimi da p… desse pessoal…

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