Ronaldo Cancão garante que não haverá ‘chiadeira’ dos marchantes devido a novos valores de abate no matadouro de Petrolina, mas admite terceirização

por Carlos Britto // 14 de novembro de 2018 às 10:43

Integrante da base governista na Casa Plínio Amorim, o vereador Ronaldo Cancão (PTB) minimizou a questão dos novos valores a serem cobrados no abate de animais pelo Matadouro Público de Petrolina, quando entrar novamente em funcionamento após a reforma realizada pela atual gestão municipal. O vereador se disse convicto de que os marchantes entenderão isso, até porque eles estão muito mais preocupados com a carne clandestina que passou a ser consumida na cidade, após a interdição do equipamento no ano de 2012.

As pessoas, hoje, estão se dirigindo aos supermercados para comprar carne porque não acreditam na carne que é vendida nas feiras”, argumentou.

A nova tabela de abate está incluída num projeto de lei enviado à Casa Plínio Amorim pelo Executivo, em regime de urgência, que tratava do novo Código Tributário do município. A matéria foi aprovada na véspera do Dia de Finados, sob protestos da bancada de oposição, que alegou não ter tido tempo hábil para analisar o teor.

A taxa a ser cobrada pelo abate de bovinos, por exemplo, passará a custar 39,25 UFMs, ou R$ 119,7 (quase o dobro do que custava antes do fechamento); Já o abate de caprinos e ovinos foi para 10 UFMs (R$ 30,5) e suínos 15 UFMs (ou R$ 45,75). Segundo o governista, os valores são compatíveis com os preços das cabeças de cada espécie. “Um caprino custava em média, antes do fechamento do matadouro, de R$ 80,00 a R$ 100,00. Hoje um caprino custa R$ 300,00. Um bovino hoje vale R$ 2 mil”, ressaltou.

Ele lembrou que, em relação aos suínos, ainda não havia uma tabela específica à época devido à barreira sanitária com a Bahia. Cancão aproveitou para criticar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que aceitou equivocadamente o fechamento do matadouro, o que estimulou o consumo clandestino desse tipo de carne. Também alfinetou o Judiciário de Juazeiro (BA), para onde os animais foram levados para serem batidos, que autorizou um frigorífico particular da cidade baiana a enviar a carne a Petrolina, sem a certificação necessária.

Voltando a defender a reabertura do matadouro, Cancão destacou que a carne oriunda do abate ganhará a partir de agora o Selo de Inspeção Estadual (SIE) da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) – prática não vista antes do fechamento.

Terceirização

O vereador, no entanto, admitiu que o matadouro poderá ser terceirizado, uma vez que os funcionários que trabalhavam no local eram da extinta Empa (Empresa de Abastecimento de Petrolina), e muitos já se aposentaram. Além disso outros que trabalhavam até 2012, quando o matadouro foi interditado, eram celetistas e foram demitidos ou relocados para outros órgãos da prefeitura na gestão anterior.

Perguntado sobre o porquê da administração investir dinheiro público na reforma do equipamento, e não a empresa que assumiria o equipamento, Cancão defendeu a preocupação do prefeito Miguel Coelho em preservar a saúde dos consumidores petrolinenses. “Petrolina hoje consome 7 mil caprinos clandestinos, 1,5 suínos e bovinos clandestinos, e tem de continuar na clandestinidade?”, comentou. Cancão frisou ainda que nunca foi contra a terceirização de serviços na administração municipal e assegurou que, atualmente, “a terceirização é o melhor caminho para o matadouro de Petrolina”.

Ronaldo Cancão garante que não haverá ‘chiadeira’ dos marchantes devido a novos valores de abate no matadouro de Petrolina, mas admite terceirização

  1. Joseilton disse:

    Essa resposta desse vereador não convenceu! Eu tenho como questionar porque não devo nada e nenhum favor ao prefeito ou vereadores,isso é inadimissivel ! Gastar o dinheiro público com essa reforma e entregar a uma empresa terceirizada!.
    Isso tem que ser investigado pelo ministério público e polícia federal.

  2. Defensor da liberdade disse:

    Tem que pensar é no consumidor, que vai pagar mais caro pelo kg do alimento. Tá na cara que o prefeito quer é fazer caixa, está com medo do que lhe aguarda de Brasília no ano que vem, e pelo que vejo falar do ministro Paulo Guedes, a tesoura vai comer feio. Não basta os absurdos aumentos no IPTU no ano passado, o meu mesmo quase dobrou o valor. E esse papo de que estamos comendo essa quantidade de carne clandestina é com base em quê? No data Migué?

  3. TÔ DE ÔLHOI disse:

    1-Os antigos funcionários da EMPA, não podem se aposentar, logo é uma inverdade que eles se aposentam, continuam recebendo da Prefeitura,sem poderem se aposentar porque eles não recolhem INSS, não recolhem FGTS, não são funcionários da Prefeitura, mas continuam recebendo e sem recolherem FGTS, INSS, tudo na mais perfeita anormalidade, portanto são uns invisíveis e Prefeito nenhum resolve o problema deles. Como são invisíveis, todo prefeito empurra o problema com a barriga, eles são esquecidos e morrem no esquecimento.
    2-Quanto ao funcionamento do Matadouro não é suficiente, por mais moderno que ele seja, isso é uma cadeia, o abate em um equipamento adequado não quer dizer que a carne consumida é de qualidade, basta ir nas feiras livres e vc vai ver as carnes arrastando no chão e de quando em vez um cachorro lambendo, além de permanecerem bastante tempo fora de um refrigerador, logo passando por um processo de apodrecimento, processo de infestação de bactérias, etc,etc.
    3-Antes de qualquer coisa, prá cantar de galo, é preciso resolver o problema dos funcionários da EMPA que já tem mais de 25 anos.

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