Conforme prometido, a reportagem do Blog voltou pela terceira vez na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Quidé, em Juazeiro, para descobrir qual a real rotina do posto. Desta vez chegamos de madrugada e já havia três pessoas na fila. Na segunda (12) só doze fichas foram distribuídas. A dona de casa Vanda Sampaio, de 52 anos, foi a primeira a chegar às três da manhã para tentar marcar uma consulta para o marido, que sofre com dor na coluna. “Se só são doze fichas, tem que chegar cedo senão não pega”, afirmou.

Um cartaz explicava que havia espaço para atender mais quatro casos de urgência sem marcação. Perto das cinco da manhã quase todas as fichas haviam acabado. Rosilene dos Santos, que só tinha direito a uma ficha, ainda é obrigada a uma escolha difícil. Há quatro meses ela tenta mostrar alguns exames à médica, mas sempre acaba cedendo a vez a um dos filhos. “Eu só tenho direito a uma ficha, se eu pegar pra mim eu não tenho pra eles, e ainda tenho que escolher quais dos dois filhos será atendido”, declarou.

Na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a diretora de atenção à saúde, Geandry Peres, reafirmou o que foi dito em nota: que a unidade atende a um número preconizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo ela, são 40 consultas por dia, oito das quais atendimentos de urgência sem agendamento.

Ela reconhece que o serviço precisa ser ampliado com a criação de mais uma equipe de Saúde da Família, porém isso irá ocorrer depois da ampliação das instalações da UBS, que já está nos planos da prefeitura. “Hoje, lá não tem nem estrutura para que a gente coloque duas equipes de Saúde da Família. O município tem um projeto, são 20 unidades que serão construídas, reformadas e ampliadas. Precisamos ter estrutura para prestar um bom atendimento”, justificou. (De Rinaldo Lima/para o Blog)