Raul Henry enfatiza confiança em Paulo Câmara e na Frente Popular

por Carlos Britto // 31 de março de 2022 às 12:58

Foto: Blog do Carlos Britto/arquivo

Aliado da Frente Popular, o deputado federal Raul Henry, presidente estadual do MDB, está à frente das construções da sigla no estado. Em entrevista à Folha de Pernambuco, ele falou sobre o cenário do MDB em Pernambuco e abordou a ausência de uma chapa de postulantes à Assembleia Legislativa na legenda. Raul ainda refutou a existência de qualquer instabilidade na relação com Jarbas Vasconcelos e se mostrou confiante na construção do partido por vagas na Câmara Federal. Confira a entrevista na íntegra:

Como está a construção do MDB estadual para as candidaturas proporcionais em Pernambuco? Quais as metas da legenda?

A nossa meta inicial era ter duas chapas competitivas. Uma de deputados federais, outra de estaduais. Na formação da chapa de deputados estaduais, tivemos dificuldades pois já tínhamos dois candidatos considerados muito fortes: Tony Gel e Jarbas Filho. Isso tornou a chapa pouco atrativa porque as pessoas que convidamos para o partido não viam chances nesse cenário. Hoje, todo mundo faz conta antes de se filiar. Quanto à chapa de deputados federais, nós tínhamos um grupo mais amplo de pessoas com desejo de disputar o pleito. Entre elas, o ex-prefeito Elias Gomes, o empresário Tonynho Rodrigues, filho do deputado Tony Gel, a fisioterapeuta Iza Arruda, filha do prefeito do Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, e a suplente de vereador do Recife, Priscila Ferraz, todos com bom potencial eleitoral. Com a perspectiva real de formação da chapa, outras pessoas também se interessaram, como o ex-deputado Zé Maurício Cavalcanti e o ex-prefeito de Limoeiro, Joãozinho. Houve, ainda, um esforço do governador Paulo Câmara e do prefeito João Campos no sentido de convidar outros companheiros para fortalecerem a nossa sigla num gesto de reconhecimento à importância histórica e política do MDB de Pernambuco.

Em um cenário sem candidaturas na Assembleia Legislativa de Pernambuco o partido sai enfraquecido?

Não creio que o partido saia enfraquecido. Sua linha política será mantida e a legenda permanecerá na Frente Popular. É bom lembrar que muitos apostaram que nós deixaríamos a direção estadual e que a sigla mudaria sua orientação política.

Na Frente Popular, que espaço o MDB está tendo na discussão sobre a chapa majoritária?

Já conversamos com o governador Paulo Câmara mais de uma vez, e ele sabe qual a nossa opinião sobre a formação da chapa majoritária. Ele tem toda nossa confiança na coordenação desse processo.

Jarbas Filho, que se postulava a deputado estadual, foi expulso do partido? Se sim, como ficou a relação na legenda com o senador Jarbas Vasconcelos?

Claro que Jarbas Filho não foi expulso. Nem ele, nem Tony Gel. Nós jamais cometeríamos um ato absurdo como esse. Isso não faz o menor sentido. Essa insinuação é mais do que uma injustiça, é uma indignidade. Jarbas Filho, aliás, participou de várias reuniões em que presenciou o nosso esforço para formar a chapa de deputados estaduais. Quanto a Jarbas, tenho uma relação de amizade com ele há 37 anos e estive ao seu lado nos momentos mais difíceis de sua trajetória. Também o mantive informado de tudo. Nos últimos 15 dias, estive na casa dele duas vezes para expor nossas dificuldades na formação da chapa de deputados estaduais e comunicar o desfecho das articulações. Eu, inclusive, fiz parte dos entendimentos para a ida de Jarbas Filho e Tony Gel para o PSB.

Ainda falando sobre lideranças do MDB. Como está a relação da sigla com Fernando Bezerra Coelho? Ele tem participado dos debates visando as candidaturas proporcionais e as alianças majoritárias para 2022?

O senador Fernando Bezerra Coelho está em outro campo político. Nossa relação é respeitosa. Na semana passada, recebi uma ligação do prefeito Miguel Coelho, que solicitou uma carta de anuência para liberar a vereadora do MDB de Petrolina Maria Elena Alencar para que ela possa disputar a eleição pelo União Brasil. Imediatamente, providenciei a liberação.

As alianças nacionais do partido podem de algum modo impactar os planos em PE?

Não. As coligações nacionais são independentes das coligações estaduais. O MDB, por exemplo, pode coligar nacionalmente com o União Brasil e o PSDB, e aqui em Pernambuco, seguirmos caminhos distintos.

Simone Tebet, até o momento não consegue ganhar corpo com sua candidatura, assim como todos da chamada terceira via. Que caminho o senhor enxerga como mais viável e agregador para o MDB?

Acho que o MDB deve manter a candidatura da senadora Simone Tebet. O nome dela surgiu no partido com absoluta naturalidade e como um caminho consensual para a legenda. Acredito que, até julho, ela vai se transformar no ponto de convergência da terceira via.

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