Em nota de pesar enviada ao Blog, o radialista e jornalista Machado Freire fala da honra e satisfação em ter sido amigo de Carlos Augusto Amariz, que morreu ontem (2), aos 74 anos. Machado lembra momentos vividos ao lado do primeiro radialista de Petrolina e faz algumas revelações, entre elas as dificuldades enfrentadas por Carlos Augusto durante sua participação na política partidária, que o levou a ser vice-prefeito de Petrolina.
Acompanhe a nota completa:
Tive a honra e a satisfação de ser amigo de Carlos Augusto, que nos deixou hoje depois de lutar por um tempo considerável contra a doença.
Um profissional que tinha caráter, estilo e personalidade próprios. Carlos Augusto era uma marca, como cidadão e profissional.
Ele fez escola na Emissora Rural de Petrolina como locutor, noticiarista, produtor e apresentador de programas que marcaram época na radiofonia sanfranciscana.
Carlos Augusto e eu ganhamos uma parada muito importante, que muita gente não considera como importante: uma campanha pela preservação do jumento do Sertão.
A ideia nasceu dentro da Jecana Oficial do Brasil, criada por ele logo no início da década de 70, coincidindo também com a música de Gonzagão, “O Jumento é nosso irmão”.
Nós conseguimos, com muita luta, o fim da matança indiscriminada do jumento, cuja carne era comercializada e consumida no Japão.
A realização da Jecana, por outro lado, era um fardo muito pesado para Carlos Augusto. As dificuldades aumentavam a cada ano, mas ele nunca se rendeu, apesar das dificuldades. Ele amava tudo que fazia, com muito zelo e dedicação.
Uma coisa que Carlos nunca gostou e teve que encarar com muita dificuldade foi sua participação na política partidária, que o levou a ser vice-prefeito de Petrolina.
Certa vez nos encontramos no Recife, onde Carlos Augusto foi representar o município em uma solenidade realizada na Assembleia Legislativa.
De uniforme e gravata, ele me disse que não se sentia à vontade e que só estava ali devido ao compromisso que havia assumido com a população de Petrolina. Nunca mais ele assumiu outro compromisso político com seus amigos fora de Petrolina.
Fui muito amigo de Celestino, irmão de Carlos. Era um artista e tanto, e a última vez que o encontrei ele já estava muito doente e logo faleceu.
Deixo meu abraço fraterno para Francisquinha, Maíra e a todos ligados a este casal amigo.
Volto a dizer que Carlos Augusto fez tudo com carinho, com decência, vocação e zelo.
Meu velho amigo, desejo que tenhas o reconhecimento de Deus, pois aqui na terra você foi e continuará sendo muito reconhecido e querido.
Orgulho-me de ter sido seu amigo.
Machado Freire/ Radialista e Jornalista