Prefeitura de Juazeiro realiza mapeamento dos espaços das religiões de matriz africana no município

por Carlos Britto // 30 de setembro de 2015 às 20:30

terreiro juazeiroA Secretaria de Desenvolvimento e Igualdade Social (Sedis) está mapeando em Juazeiro os espaços das religiões de matriz africana. Em processo de construção do ‘Novembro Negro’, a ação – realizada pela Gerência de Diversidade em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Comprir) – teve início no último dia 23.

O Novembro Negro acontece desde 2013 e foi pensado para discutir e trabalhar políticas públicas para a igualdade racial. neste ano o tema do evento, “Da Intolerância ao Genocídio”, será promovido de outubro a novembro. “Em 2015 Juazeiro viveu casos de intolerância religiosa. O templo Ilê Abasy de Oiá Guenã, no bairro Kidé, sofreu com ações de vandalismo, chegando a ser arrombado algumas vezes. E nós, da Sedis, estivemos junto nesse caso, apoiando, ajudando e sendo interlocutora com outros órgãos. E também temos um alto índice de jovens negros mortos, que acaba não aparecendo à sociedade de Juazeiro porque são enquadrados de outra forma”, explica a supervisora de Promoção da Igualdade Racial, Iuna Louise Santos.

Para a supervisora, uma das ações mais importantes desse Novembro Negro será o mapeamento dos terreiros e centros de Umbanda. “Juazeiro abarca um significativo número de Ilês/Terreiros e Centros de Umbanda, que demandam um olhar específico. Então o mapeamento consiste em identificar esses espaços e, com base nas informações colhidas, direcionar a aplicação das políticas públicas de promoção da igualdade racial aos povos de terreiro, além de ser o instrumento que norteará a regularização fundiária desses espaços sagrados”, explica Iuana Louise.

Até agora já foram identificados três espaços de religiões de matriz africana. “Juazeiro é uma cidade que tem muitos terreiros. Nós temos o Bairro Kidé, por exemplo, que é quase todo formado por terreiros, além de ter características de comunidade quilombola. Nós iniciamos o mapeamento na Penha, no Ilê de Oxossi. Mas já tenho informações de mais de 20 terreiros. Após todo o mapeamento, teremos como direcionar as ações de políticas afirmativas, de forma continuada, a esses povos”, conclui Iuana. (foto: Ascom Sedis/divulgação)

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