Os policiais federais de Juazeiro entraram em estado de greve nesta quinta-feira (5). Parte das atividades estão suspensas e, incialmente, o movimento segue até a próxima segunda-feira (9). A categoria segue o estado nacional de greve e a orientação do Sindicato dos Policiais Federais do Estado da Bahia (Sindipol).

De acordo com o representante do Sindicato dos Policiais Federais em Juazeiro, Alexandre Lins, a paralisação é uma reivindicação pela reestruturação da carreira, além de chamar a atenção para as condições de trabalho da categoria. “Nosso objetivo maior é mostrar o sucateamento da PF e chamar atenção do governo que vem sendo pouco atencioso com a área de segurança pública”, ressaltou Lins.

Somente os serviços oferecidos à população, como emissão de passaporte e certidão de antecedentes criminais, estão mantidos. As ações operacionais e parte das investigações estão paralisadas. Ainda segundo Alexandre Lins, a PF passa por sua maior crise interna e os efeitos disso estão principalmente na queda abrupta do número de inquéritos realizados nos últimos anos, que caiu expressivamente desde 2009.

“Quando entrei na PF participei de cerca de 60 operações por ano, atualmente participo de uma media de 3. A categoria critica ainda a burocratização do modo de investigação brasileiro. Nosso modelo é extremamente burocrático, apenas 3% dos nossos inquéritos são denunciados, ou seja, 97% do nosso trabalho é perdido”, criticou.

Os policiais também estão discutindo se irão participar das manifestações marcadas por diversas categorias e pela sociedade civil para o dia 7 de Setembro. “Nós estamos discutindo nossa participação nos protesto, pois apoiamos a reivindicações da população e as insatisfações geradas pela forma que o Governo Federal vem atuando”, complementou o agente Federal Alexandre.

A categoria recebeu ainda a comissão de Segurança da Câmara de Vereadores de Juazeiro. O vereador Dalmir Pedra (PV), que também é agente da PF, o vereadores Jean Gomes (PT) e Anastácio estiveram na sede da PF em Juazeiro para conversar sobre o movimento. (Anne Santana/para o Blog)