Poder público e associações traçam plano de ação para reintrodução da ararinha-azul em Curaçá

por Carlos Britto // 19 de fevereiro de 2016 às 21:00

Representantes de associações populares e instituições estaduais, federais e não governamentais, juntamente com prefeitura de Curaçá, no norte da Bahia, promoveram discussões e plano de ação para a reintrodução da ararinha-azul na natureza. O evento aconteceu esta semana, no Centro de Educação Superior, sendo coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas e do Departamento de Conservação da Biodiversidade (DCB).

Palestras e debates pautaram o encontro, que abordou a reintrodução da ave ao seu habitat. Um dos pontos é a construção de unidades de conservação (Ucs).

Em comunhão com a sociedade e os governos estadual e municipal, a gente pretende conseguir estabelecer uma área na região, que vai ser onde a ararinha azul ocorria e onde vai ser solta, a qual abrange 7% do território do município”, frisou Ugo Vercillo, diretor de Conservação da Biodiversidade do MMA. “Os estudos apontam que as melhores localidades para a soltura da ave são as fazendas: Concórdia, Gangorra, Caraibeiras e Prazeres. A soltura será na Fazenda Concórdia, mas nós sabemos que a ave pode se deslocar para as outras comunidades”, acrescentou.

ararinha-azulDe acordo com informações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), existem 110 ararinhas, distribuídas pelo Oriente Médio, Alemanha e no Brasil. Conforme o MMA, na área em que se pretende construir uma unidade de conservação para a ararinha, também está prevista a introdução de ações para o desenvolvimento ambiental e social. Nesse ponto, ainda durante a reunião, foram apresentados às associações os programas que poderão ser implantados: Programa Bolsa Verde, o qual foi apresentado pela Diretora de Extrativismo do MMA, Juliana Simões, e visa a apoiar a conservação ambiental e trazer benefício social à comunidade; Projeto ‘Redeser’, de combate à desertificação; e ainda o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Representantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) apresentaram ações que visam a fiscalização do tráfico de animais silvestres, a recuperação de espécies e o licenciamento ambiental. Após as explanações, houve debate com as participações de várias comunidades: Icó, Macambira, Melancia, Curral Velho, Varjota, Mina, Banguê, Patamuté, São Bento, Caraibeira; as quais opinaram sobre o assunto.

Plano de ação

Foi traçado o plano de ação, o qual contempla seis eixos: proteção da Caatinga; promoção à adoção de práticas agroecológicas e agroflorestais para a preservação da espécie na área de uso das aves; melhoria da qualidade de vida da comunidade local; fiscalização e monitoramento; educação, cultura, comunicação e engajamento da comunidade na proteção da espécie; e infraestrutura (água, energia e saneamento), ponto que ainda será estudado. O Plano de Ação é flexível, podendo ter alterações futuras. Nele, definem-se os responsáveis por cada atividade.

Também participaram do debate representantes do Instituto Chico Mendes, ONG Agendha, ICMbio, Save Brasil, IRPAA, Rádio Curaçá FM, Coletivo Galeota das Artes, Mineração Caraíba, Mata Branca, gestores escolares e integrantes do governo municipal, por meio das Secretarias de Governo, Desenvolvimento Rural e Ação Social e Cidadania. (fotos: Ascom PMC e Save Brasil)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários