Pesquisadores pedem que governo federal declare estado de emergência de saúde pública por conta de mancha de óleo no Nordeste

por Carlos Britto // 26 de outubro de 2019 às 16:59

Foto: Portal CM7/reprodução

Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) pedem que o governo declare estado de emergência de saúde pública por causa da contaminação provocada por manchas de óleo que atingem praias do Nordeste. Em nota divulgada na sexta-feira (25), especialistas alegam riscos para “número expressivo de populações vulneráveis potencialmente expostas” e falta de orientação sanitária.

Existe uma situação de calamidade que requer uma intervenção imediata, ampla, coordenada e com suporte legal do Setor Saúde“, diz o comunicado da UFBA. “A situação de Emergência Ambiental nos estados do Nordeste é essencial para o controle do desastre/crime identificado em 30 de agosto de 2019.”

Para justificar o pedido , os especialistas enumeram uma série de razões. A primeira é que o óleo bruto ou petróleo apresentam “riscos toxicológicos” que “podem levar à morte por intoxicação. Entre os componentes mais tóxicos estão o benzeno, tolueno e xileno. O benzeno é uma substância química cancerígena, pode causar má formação fetal e patologias graves e potencialmente fatais como câncer e aplasia de medula“, afirmam. Segundo os cientistas, a absorção dessas substância pode acontecer desde por contato com a pele a até mesmo por inalação.

Com base em dados do Ibama, os pesquisadores calculam que as manchas de óleo podem afetar a saúde de 144 mil pescadores artesanais. “Diante da situação de vulnerabilidade econômica, eles não dispõem de equipamentos de proteção individual, acesso aos serviços de saúde para realizar exames periódicos quando há exposição crônica aos agentes químicos, além da dificuldade de obtenção de informações e orientações fidedignas“, afirmam.

Críticas ao governo

Para os especialistas, faltam medidas sanitárias tanto para garantir a segurança de quem consome esses pescados quanto para não prejudicar os trabalhadores. “Por decorrência, tanto a segurança à saúde como a alimentar não estão sendo objetos de ação eficaz da estrutura sanitária nos níveis Federal, Estaduais e Municipais de saúde, resultando em consequências desastrosas, a exemplo de notícias veiculadas que indicam a suspensão generalizada do consumo de mariscos e pescados em todo Nordeste“. (Fonte: Agência Estado)

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