Pesquisa aponta grau de preocupação dos juazeirenses com problemas socioambientais

por Carlos Britto // 15 de janeiro de 2018 às 19:31

Uma pesquisa com cidadãos de sete bairros de Juazeiro (BA) listou os problemas ambientais mais preocupantes da cidade e o que eles têm feito para melhorar ou conservar o ambiente em que vivem.

Realizado pelo Programa Escola Verde (PEV), ligado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o levantamento ouviu 105 pessoas acima de 16 anos, e traz um dado curioso: os problemas ambientais gerados pelo coletivo e identificados pelos entrevistados são bem diferentes dos problemas que essas mesmas pessoas dizem ter gerado. É como se existissem dois mundos: aquele em sociedade, poluidor e irresponsável, e o outro individual, onde 78% dos que responderam ao questionário dizem fazer algo para melhorar.

O grupo de pesquisadores saiu às ruas entre os meses de fevereiro e outubro de 2017, nos bairros de Santo Antônio, Quidé, Novo Encontro, Castelo Branco, Alto da aliança, Angari e Centro. Nesse período apresentou formulários semiestruturados contendo 105 questões.

A maioria dos entrevistados citou poluição, desmatamento, lixo, esgoto, escassez de água e a crise do Rio São Francisco como sendo os problemas socioambientais mais alarmantes de Juazeiro.

O levantamento escutou moradores de todas as classes sociais, das não alfabetizadas às de nível superior completo, não sendo considerado o nível educacional como fator de maior ou menor preocupação com o meio ambiente.

Dados

De acordo com os dados da Univasf, 76% dos entrevistados afirmam existir problemas ambientais em seus bairros, enquanto apenas 21% deles confessaram não fazer nada para enfrentar essa realidade. Ao mesmo tempo, 65% disseram que sempre ou quase sempre se preocupam com o meio ambiente. E listaram os principais problemas da cidade: para 29,5% a produção de lixo é o que mais pesa negativamente no seu bairro, seguido do esgoto, com 18,9%, poluição de solo (13,7%), poluição sonora (13,2%), desmatamento (7,4%), arborização e poluição visual (6,8%), além de poluição do rio, que foi citado por 2,6% dos moradores.

A pesquisa ainda apresenta outras informações. Segundo 96% dos entrevistados, o lixo que produzem é destinado à coleta comum e apenas 1% vai para a coleta seletiva. Já 76% deles também afirmam que seu bairro não possui lixeiras comuns da prefeitura, embora 65% tenham lembrado que o carro do lixo passa de duas a três vezes na semana em suas ruas.

Os números também apontam que há uma sensibilização, ao menos teórica, em curso.  Quando perguntados sobre como qualificam o enfrentamento dos problemas ambientais, 33% disseram ser fundamental e essencial; 40% consideram muito importante; e ninguém afirmou não ter importância. Ao afirmarem isso, ainda fizeram uma listagem das ações positivas para o meio ambiente, como por exemplo: fechar as torneiras quando não for mais utilizá-las (12%), não jogar lixo nas ruas ou terrenos baldios e trocar as lâmpadas comuns por fluorescentes (11%), diminuir o tempo gasto no banho e desligar as luzes dos ambientes ao sair dos mesmos (10%).

Todos estes dados ratificam as pesquisas anteriores do PEV, realizadas quase todos os semestres, que indicaram esses problemas como sendo crônicos e que exigem enfrentamento e esforço conjunto do poder público e da sociedade em geral. As informações são da assessoria do PEV.

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