PCPE desarticula grupo acusado de tráfico de drogas e homicídios na Zona da Mata; chefe é detento na Penitenciária de Petrolina

por Carlos Britto // 31 de julho de 2020 às 09:28

Foto: Diogo Cavalcante/DP

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) prendeu oito pessoas na última quarta-feira (29), suspeitas de integrar uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas e homicídios na região de Escada, Zona da Mata de Pernambuco. As investigações começaram em setembro de 2019 e, ao longo do tempo, outros dez integrantes foram sendo identificados e presos. Chefiado por um presidiário, que está encarcerado desde 2008, o grupo era reconhecido por duas características: a crueldade durante as execuções que praticavam e um grande poder de fogo – uma pistola de 9mm e uma espingarda .12 chegaram a ser apreendidas pelas autoridades.

O chefe da organização tem 40 anos e já passou por diversas unidades penais do Estado. Desde 2019, está na Penitenciária de Petrolina, Sertão do Estado. “As vítimas do grupo criminoso eram basicamente rivais do tráfico, na disputa por região. No curso da investigação, conseguimos realizar várias prisões e apreensões importantes”, conta o delegado Cláudio Castro (foto), gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

A meta principal era desestruturar o “segundo escalão” do grupo criminoso. Uma das prisões importantes realizada nessa quinta foi o de uma mulher, identificada como a contadora. “Ela tinha um destaque dentro da quadrilha. Ontem, ela estava em posse de grande quantidade de dinheiro, entorpecentes e armas de fogo”, detalha o delegado. Junto à suspeita foi preso o companheiro, que também trabalhava na organização.

Outro elemento identificado foi o irmão do chefe, que também trabalhava ativamente. Sua casa, localizada na zona rural de Escada, além de destoar do estilo das demais, servia como “central de distribuição” de armamento e droga. Ele está foragido. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão – 7 contra pessoas que estavam livres e 9 contra elementos que já estavam reclusos, além de um flagrante (companheiro da contadora). Só na quarta foram apreendidos um quilo de crack, 350 gramas de cocaína – ambas para refino -, dois celulares, três balanças, R$ 21.395,35, uma pistola calibre 40 com dois carregadores, uma pistola 9 mm com três carregadores, uma espingarda calibre 12 e mais de 20 projéteis de calibres 40, 9 mm e 12.

Mortes

Ao menos nove assassinatos são atribuídos ao grupo criminoso, todos ocorridos na Mata Sul do estado. Ainda em dezembro de 2019, enquanto as investigações estavam em andamento, foi necessário realizar uma intervenção tática para prender alguns integrantes e evitar mais mortes. Cerca de 15 homicídios teriam sido evitados ao longo do inquérito. Como citado no início da reportagem, a crueldade empregada nas execuções chamava a atenção, além das motivações banais. “Chegaram a decepar, com facão, os dedos de um homem que era pai-de-santo e, supostamente, teria feito um trabalho para um dos integrantes se apaixonar por ele”, conta Cláudio Castro.

Os trabalhos foram liderados pela equipe da 4ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico, do Cabo de Santo Agostinho. A Delegacia de Escada também ajudou nas investigações e ficará responsável por apurar os assassinatos cometidos pelo grupo. “Ainda temos alguns interrogatórios para fazer. Mas nada impede que novas circunstâncias e informações possam surgir”, conclui o gestor do Denarc. (Fonte: Diário de PE)

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