Parte do histórico Vapor Benjamin Guimarães fica submersa durante operação de retirada do Rio São Francisco

por Carlos Britto // 09 de novembro de 2020 às 21:37

Foto: Prefeitura de Pirapora/divulgação

Parte do vapor Benjamim Guimarães, em Pirapora (MG), ficou submersa durante uma operação de retirada, nesse sábado (7). A embarcação estava sendo içada do Rio São Francisco para passar por um processo de restauração. Segundo a prefeitura, a empresa responsável pela restauração, Indústria Naval Catarinense, disse que o processo de retirada do vapor é um dos mais complexos.

No sábado, foram utilizadas boias tipo rolete para iniciar o trabalho. Em um certo momento, houve uma inclinação muito íngreme da proa que provocou o afundamento da popa do barco. “Por causa disso, o convés foi tomado pela água, resultando em um peso ainda maior e a paralisação do processo. Outra dificuldade é o terreno arenoso nas margens do rio, o que impede o tracionamento das pesadas máquinas utilizadas”, disse a prefeitura em nota.

De acordo com o diretor da empresa, Josuan Morais, o nível do rio está baixo e, com isso, a rampa de acesso ficou mais íngreme.

Quando você puxa a proa da embarcação para fora, é natural que nesse tipo de operação a popa alague. Como a embarcação é mais antiga, ela não tem estanqueidade. Mas isso não é um agravante, só é agravante quando a embarcação tem praça de máquina, o que não é o caso dela. No caso dela, os porões encheram de água e os porões são vazios, eles não têm nada“, explicou.

Ainda segundo o diretor, não houve dano material no vapor Benjamim e toda essa parte afetada já estava inclusa no programa de recuperação. Na manhã deste domingo (8), foram montados novos equipamentos para continuar a operação de retirada do vapor da inércia. O trabalho foi concluído na parte da tarde.

História

De acordo com o Iepha, o barco foi construído em 1913, pelo estaleiro James Rees & Sons, nos Estados Unidos. Após navegar pelo Rio Amazonas, foi transferido para o São Francisco a partir de 1920. O Benjamim Guimarães foi tombado em 1985. Por anos, a embarcação foi utilizada para transportar passageiros e mercadorias de Pirapora a Juazeiro (BA), sendo o único em funcionamento. Em muitos passeios, havia a participação da orquestra de Pirapora.

O vapor Benjamim tem capacidade para transportar até 140 pessoas, somando passageiros e tripulantes, e tem permissão para navegar em rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes. Em julho deste ano, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) divulgou o edital para contratar uma empresa especializada para recuperar o vapor. A embarcação é um símbolo da cidade do Norte de Minas, porém estava parada há cinco anos.

O recurso destinado à restauração é de R$ 3,7 milhões. A reparação contempla várias partes do barco, entre elas o casco e o sistema de esgoto dos porões. A licitação foi concluída em setembro e o serviço estava previsto para começar no fim de outubro ou início deste mês. (Fonte: G1-MG)

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