Papagaios apreendidos são encaminhados a projeto em Salgueiro para soltura

por Carlos Britto // 21 de julho de 2016 às 20:00

Um grupo de 50 papagaios está prestes ao seu habitat natural. Esta semana eles foram levados do recinto de reabilitação no Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), em Petrolina, para um viveiro de ambientação em uma área conservada no município de Salgueiro (PE), no Sertão Central.

A ação faz parte do projeto “Papagaio da Caatinga”, coordenado pelo biólogo Yuri Valença, da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). A iniciativa é desenvolvida desde junho de 2010 em parceria com órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Cemafauna Caatinga para a reabilitação de papagaios que foram mantidos em cativeiro por muito tempo. Nestes seis anos de projeto mais de 130 animais foram cuidados. Desde então, eles são monitorados, diariamente, conforme a quantidade que volta para se alimentar no recinto de ambientação.

A soltura monitorada é o primeiro passo para que os animais possam retornar à natureza. De acordo com o biólogo Yuri Valença, as 50 aves ficarão no recinto de ambientação por cerca de 30 dias para que se adaptem ao local de caatinga onde finalmente será realizada a soltura. Juntamente com a estagiária do Cemafauna Caatinga, Anette Viana, o biólogo realizou a soltura de cinco maracanãs e nove pássaros-pretos, que também estiveram em processo de reabilitação na clínica do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

O projeto

O ‘Papagaio da Caatinga’ realiza diversos procedimentos até o momento de soltura dos papagaios. Primeiro os animais passam pela triagem, na qual cada indivíduo é analisado quanto ao seu estatus corporal e motor, além do relato do histórico até o momento de passar pelos exames clínicos. Depois é necessário realizar a anilhagem, microchipagem e sexagem para que eles fiquem num viveiro de socialização, quando começam a formar casais, a viver em grupo, parar de responder a estímulos humanos como fala e aproximação, além de resgatar o medo pelos seus predadores e o treino da musculatura para o voo, como deve ser quando na natureza. O principal objetivo é promover o retorno dessas aves ao seu habitat silvestre e ainda manter o equilíbrio na natureza, visto que são tanto dispersores quanto destruidores de sementes. (foto: Ascom Cemafauna/divulgação)

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