Organizações sociais construirão mais 50 mil cisternas no semiárido brasileiro

por Carlos Britto // 25 de fevereiro de 2025 às 08:10

Foto: ASA/divulgação

Rumo à universalização da água para consumo humano e produção de alimentos saudáveis no Interior do Nordeste e de Minas Gerais, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) irá construir mais 50 mil reservatórios. Essa conquista é fruto do edital do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) vencido pela Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) – personalidade jurídica da ASA.

O termo de colaboração do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais de Acesso à Água, conhecido como Programa Cisternas, contemplará a implementação de reservatórios com capacidade para armazenar 16 mil e 52 mil litros de água. O primeiro modelo atende às necessidades básicas da família, como beber e cozinhar (1ª água), enquanto o segundo é destinado à irrigação e à criação de animais para comercialização (2ª água).

Conforme o edital, cada Estado receberá novas cisternas de acordo com o número de famílias rurais do Cadastro Único (CadÚnico) sem acesso à água e que estejam dentro dos critérios socioeconômicos do governo gederal. Em números absolutos, a Bahia terá mais tecnologias construídas (10.969), seguida do Ceará (10.701) e de Pernambuco (6.779). O investimento total do governo será de R$ 500 milhões.

Ao todo 225 mil pessoas – incluindo membros de comunidades tradicionais e povos originários considerados públicos prioritários do Programa Cisternas – serão diretamente beneficiadas com a possibilidade de estocar 736 mil metros cúbicos (m³) para consumo humano e 208 mil m³ para produção agrícola. Segundo o coordenador executivo da ASA, Cícero Félix, esse novo volume de implementações significa mais qualidade de vida e dignidade para quem vive no Semiárido, região mais seca do país e uma das mais suscetíveis aos efeitos da emergência climática.

Esse edital representa muito, porque são mais 50 mil famílias que vão ter o direito ao acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente para matar a sede e fazer alimentos. São mais 50 mil famílias podendo disponibilizar o tempo gasto com a busca da água, a disputa da água com os animais, principalmente as mulheres, para outras atividades, para se formarem, para se organizarem e continuar conquistando outros direitos”, afirma Cícero.

Prazo

O termo de cooperação para a construção e reforma de cisternas tem duração de 36 meses. Ao longo desse período, a AP1MC fará a seleção, por meio de edital público, e o acompanhamento das organizações sociais responsáveis pela execução do programa nos estados. Até a entrega da tecnologia à família, as entidades realizam cadastramento, diagnóstico e capacitação dos beneficiários.

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