Oposicionistas acusam Eduardo de coagir prefeito de Serrita em troca de apoio

por Carlos Britto // 09 de julho de 2010 às 22:06

carlos cecílioComandada pelo prefeito oposicionista Carlos Cecílio (PMDB), a cidade de Serrita (a 532 quilômetros do Recife) corre o risco, segundo ele, de ficar sem a tradicional Missa do Vaqueiro, que completa 40 anos em 2010. Isto porque, até ontem, o orçamento para o evento ainda não havia sido autorizado pela Fundarpe, “coisa que nunca aconteceu”, frisou ele. Nos bastidores, integrantes da oposição afirmam que o gestor teria sido ameaçado de ficar sem apoio para as comemorações, caso não declarasse voto ao governador Eduardo Campos (PSB).

Carlos Cecílio, que diz ainda não ter decidido em quem votará para governador, evitou tocar no assunto, resumiu-se a dizer que terá uma conversa posterior com Eduardo, mas espera que “o subsídio à Missa não esteja vinculado a este diálogo”. Não há data marcada para a tal audiência, requisitada pelo gestor por intermédio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra de Coelho (PSB). Cecílio é eleitor de Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB) para deputado federal.

“Estive há 20 dias ou mais no Palácio e tratei sobre a Missa do Vaqueiro. Até hoje, não obtive retorno. É preocupante porque as pessoas já estão procurando hospedagem. Todos os dias, de cada dez telefonemas que a prefeitura recebe, nove são para saber a programação na Secretaria de Cultura”, lamentou o prefeito. “Este ano, não tem programação, não tem financiamento, não tem atração contratada”, acrescentou.

Preocupado com a proximidade do dia 22, quando deverão ter início as festividades que irão até o dia 25, Carlos Cecílio contou ter enviado email ao chefe de Gabinete do governador, Renato Thiebaut, na última quarta-feira, sem resposta até a noite de ontem. Além de tratar da produção da festa, na correspondência eletrônica, ele disse ter registrado a situação “esburacada” da PE-507, que dá acesso ao local. “Hoje (ontem), procurei falar com Gilberto Rodrigues. Estou aguardando retorno, liguei para o deputado Fernando Filho e ele disse que não tinha nenhuma resposta”, contou Cecílio.

Em estado de alerta, a Fundação Padre João Câncio, responsável pela produção do evento, e a administração municipal providenciaram reunião de emergência e fixaram um prazo para aguardar retorno: hoje. Caso não obtenham sucesso, o gestor peemedebista não vê outra alternativa: “Vamos ter que cancelar”. No ano passado, as festividades custaram, segundo Cecílio, R$ 400 mil aos cofres públicos.

A espera por apoio dura desde abril, quando o referido projeto foi protocolado na Fundarpe, “conforme foi solicitado pela instituição”, explicou a presidente da Fundação, Helena Amâncio. “A gente estranha um evento da importância da Missa do Vaqueiro, que chama atenção de pesquisadores de outros países, não estar tendo atenção. Todo ano, a montagem da infraestrutura compete à Empetur e os trabalhos não foram iniciados”, grifou. “São 40 anos. Era nossa intenção estar comemorando em grande estilo”, pontuou Helena.

Aperreada, ela fez um apelo: “O evento expressa nossa história, nossa cultura, a importância que teve o vaqueiro. Eu só queria que tivesse o respeito que merece e que os autores também merecem. No caso, o padre João Câncio, com quem eu fui casada, e Luiz Gonzaga”. (com informações do JC)

Foto divulgação 

Oposicionistas acusam Eduardo de coagir prefeito de Serrita em troca de apoio

  1. Nanuca disse:

    A missa é importante, mas precisa entender a tensão financeira do Estado com os desabrigados das cheias e os sedentos do sertão.
    A “mulher do Padre” e o prefeito precisam entender esta situação.

  2. lili disse:

    concordo com a resposta de nanuca pois esta festa causa muito acidentes, prostituição e droga o povo não vai a missa mas para a curtiçao fora dos limites.

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