Conciliar o trabalho na lavoura, beneficiar produtos da terra, transformando-os em diferentes produtos com sabores tentadores. De quebra atender bem turista e contar todo o processo com um largo sorriso no rosto. Falando assim parece fácil. E é.
É isso que estão fazendo famílias inteiras nas Serras Gaúchas nos roteiros concorridos por dez entre dez excursões. Alguns recebem o suficiente para levar uma vida modesta e sem estresse. Outros ganham muito bem, obrigado. Em nossa viagem ao Sul, vimos essas exitosas experiências.
Fizemos ontem dois roteiros: Caminhos de Pedra e Vale dos Vinhedos, com direito a uma visita e almoço na suntuosa sede da Casa Valduga.
Mas nosso objetivo é o Turismo Rural e suas experiências para que possamos trazer essas idéias e tentar aplicar em nossa realidade no Vale do Sâo Francisco. Ou no estado inteiro, como deseja o secretário de Agricultura do Estado, Ranilson Ramos.
Como em Bento Gonçalves, onde a família Lerim reformou sua casa de pedras para receber os turistas:
“Acreditar que esta velharia aqui possa atrair gente é quase profissão de fé” afirma Célio Lerim (foto), com humildade franciscana.
A família recebeu no ano passado quase 60 mil turistas. Enquanto uns estão na lavoura outros beneficiam o tomate colhido. Já produzem sucos, sabonetes, geléias, hidratantes e doces em compotas, cauda e muitas outras alternativas.
A família já produz até refrigerantes. Todos os produtos com qualidade surpreendente e sem nenhum equipamento de ponta ou última geração. Ao contrário: alguns bastante artesanais, como se o século passado insistisse em deixar seus sinais.
A família Lerim só tem uva e tomate. Por enquanto só beneficiam o tomate, pois não tem ainda a condição de atender nem mesmo a demanda para esta culturaido pois. É que pedidos chegam em profusão e a família adianta que não quer virar fábrica: Somente atender bem e continuar a ser feliz.
Contudo a família sabe que precisa de alguma gestão profissional e por isso agora faz parte da associação turística do lugar, que inclui a propriedade nos roteiros visitados.
A associação também comercializa os produtos e desde que assumiu as vendas, todos os produtores locais viram o seu negócio aumentar o faturamento em cerca de 10%.