Conheci “O Poliglota do Sertão” ali em 1987, indo para 1988, quando eu era um menino sonhando em ser locutor na Emissora Rural.
Lá fui apresentado a Zé Cachoeira, de quem fui operador de áudio e parceiro de trabalho no Clube do Trabalhador e no ‘Rancho do Zé Cachoeira’, à noite. O bicho recebia cartas…Muitas cartas. E ligações, mesmo na hora da novela.
Foi ele quem me apresentou a Milionário e José Rico, Trio Parada Dura e uma porção de gente (artistas) que eu detestava, pois ninguém fazia parte da minha praia.
Com o tempo conheci a poesia e suas melodias…Ali ele me ensinou que a música poderia ser diversificada e nem só os meus artistas pop-rock poderiam fazer coisas legais. Eu começava a ganhar formação musical e entender que o amor pode ser contado de várias formas.
Eu era um moleque empolgado, as meninas apareciam e ele se divertia como minha sede: “Na técnica, comigo, Carlos Britto, o pequenininho namorador das morenas”...Ele dizer aquilo era melhor que o salário mínimo que eu nem recebia.
Tinha um jeitão peculiar, voz grossa, direto, meio duro, mas um grande coração…Me acolheu como um pai, me aconselhou, foi paciente e nos divertimos muito juntos. Ele já era um senhor e eu um garoto, mas me tratava como um igual.
No final da noite sentávamos eu, ele e João do Bode (o vigia da porteira do Rancho) e ficávamos ali até altas horas…Depois ele ia embora, com sua bolsa embaixo do braço e eu ficava olhando até ele sumir para pegar o último ônibus da Joalina para a Vila Eduardo. Eu ia pro quartinho nos fundos da rádio dormir para acordar 4 e meia da manhã, para continuar o sonho de ser locutor.
Hoje, o último ônibus de Cachoeira foi o passarinho que ele virou pra voar para o céu. Virou trovão como o poder de sua voz.
Obrigado, “cabra que nunca morreu nem tinha inveja de quem morre”. Você viverá para sempre!
que homenagem linda! parabens pelo reconhecimento de gratidão.
Que linda homenagem Carlinhos, até me emocionei!! Parabéns!!
Essa é a poesia do cotidiano, que as vezes a gente não vê mas ela tá lá, porque é da natureza humana a convivência harmoniosa entre os homens.
Grande abraço a família e que Petrolina possa reconhecer aqueles que a constroem.
Bela homenagem ao Cachoeia, Calinhos. Tomei algumas com ele ali no Bode, sempre que saia da R.G.R. Descanse em paz.
QUANDO VOCÊ FOI EMBORA MEU CORAÇÃO QUASE PAROU…
IMPOSSIVEL OUVIR ESSA MÚSICA E NÃO LEMBRAR DE ZÉ CACHOEIRA.
VÁ EM PAZ…
Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.
Zemaria Brandão
Recife, 10 de outubro de 2014
Palavras bonitas ecoam e escritas se tornam historias. Ficam no tempo e seguem junto com o destinatário. Conheci Cachoeira. Que Deus o acolha. Parabens Britto, vc. éh o cara
OSIEL AMARAL – RADIALISTA E JORNALISTA
PARABÉNS CARLOS BRITTO PELA EMOCIONANTE HISTÓRIA DE VIDA. RADIALISMO AINDA É VOCAÇÃO. QUE ESCOLA DE RÁDIO VOCÊ TEVE! NOSSOS SENTIMENTOS AOS FAMILIARES DE ZÉ CACHOEIRA – NÃO OS CONHECI.
O programa que o velho apresentava na emissora rural era o Clube do Trabalhador a musica de fundo ( bg ) era de Raimundo Soldado.
Não Tem Jeito Que Dê Jeito
Raimundo Soldado
Composição: Raimundo Soldado
2x
Quando você foi embora
Meu coração quase parou
Eu contava com a despesa
Foi somente tristeza que você me deixou
2x
Não tem jeito que dê jeito
Pra você viver comigo
De hoje em diante
Nós vamos ser simples amigo
Hoje grande parte da programação musical da RÁDIO TABAJARA FM, foi fruto do que eu aprendi com o POLIGLOTA DO SERTÃO,
Deus conforte sua familia.
Karlos – Tabajara FM
Lembro do clube dos trabalhadores, era criança não gostava muito daquelas músicas, mas ouvia aquele programa de rádio que oferecia na voz inconfundível e inigualável de Zé Cachoeira entretenimento e utilidade publica, ouvia os recados ao vivo eram engraçados porém importantes, lembro que minha saudosa mãe ouvia o rádio todas as tardes de sábado. Naquele tempo as pessoas ouviam músicas que as vezes não agradavam os mais jovens, porém não ofendiam aos mais velhos.
Parabéns Brito pela bela homenagem, pela lembrança à esse Ícone do rádio petrolinense.
Realmente impossível ouvir a música “quando você foi embora…” sábado a tarde e não lembrar dele… Marcou época e ficará sempre a lembrança. Aprendi com meu pai (Chico Escrivão) a ouvir seu programa e hoje resta a saudade…
Foi com muito pesar que recebi a notícia do falecimento de Zé Cachoeira. Assim como Carlos Brito ,tive o prazer e grande oportunidade de trabalhar com o mesmo na Emissora Rural em 1987 e meados de 1988.
Eu sempre imaginei que Zé Cachoeira fosse imortal, apesar de ser humano, aquela voz: firme, forte… Chamávamos de trovão. Impossível esquecer o Clube do Trabalhador, a música: quando você foi embora… não tem jeito, hoje tenho que chorar!
“Segura na mão de Deus e vai, Cachoeira!
Carlinhos, parabéns pela belíssima e saudosa homenagem, ele merece!
Abraços! Professora: Clicidauba Farias
Ele nem sabia o quando era ouvido e querido nós interiores Pernambucanos,Baianos e Piauiense
É lamentável essa grande perda, da Radiofonia, brasileira, não só do vale do São Francisco, como de todo o Brasil.. Mas sei que de lá de onde estiver nosso querido Cachoeira, junto de tantos outros como Luiz Gonzaga, Dominguinhos etc….Estã intercedendo a Deus por nós que ficamos aqui… Deus te dê o descanso eterno.. Amém!!!