No Recife, viúva de médico de Campo Alegre de Lourdes confessa crime e inocenta filho, diz advogado

por Carlos Britto // 04 de setembro de 2018 às 12:00

Denirson Paes e Jussara Rodrigues. (Foto: Reprodução/Facaebook)

A farmacêutica Jussara Rodrigues, 55 anos, confessou ter cometido sozinha o assassinato e a ocultação de cadáver do médico cardiologista Denirson Paes, 54, com quem era casada havia mais de 30 anos. A informação foi repassada com exclusividade à Folha de Pernambuco pelo advogado da acusada, Alexandre de Oliveira, que acompanhou o depoimento dela prestado à delegada responsável pelo caso, Carmem Lúcia, na tarde de ontem (3), na Colônia Penal Feminina, no Recife.

Para a polícia, Jussara e o filho mais velho do casal, Danilo Paes, praticaram o crime juntos, o que foi negado por ela. “Falou que fez tudo sozinha. Matou e esquartejou. É um depoimento muito forte. Uma nova pessoa também será ouvida e o depoimento dela pode ajudar Danilo”, adiantou o advogado. “Tudo o que ela fez foi por emoção, com base no descobrimento da amante”, explicou Alexandre.

O inquérito, apresentado no último dia 31 de agosto, apontou que Denirson, que era natural de Campo Alegre de Lourdes, no norte da Bahia, foi esganado no quarto, depois levado para uma área próxima à cacimba onde houve uma tentativa de queimar o corpo e, em seguida, foi esquartejado. O crânio da vítima também apresentou um afundamento do lado direito, assim como um deslocamento da mandíbula, porém a investigação não soube precisar se essas fraturas foram ocasionadas antes ou depois de o corpo ter sido jogado na cacimba junto com entulhos. O inquérito concluiu que Denirson foi assassinado na madrugada do dia 31 de maio.

De acordo com a polícia, a motivação, além da separação e questões financeiras, seria porque Jussara teve acessos a fotos íntimas de um relacionamento extraconjugal que Denirson mantinha havia pelo menos cinco anos. A perícia realizada no celular mostrou que ela fez dois acessos ao aplicativo de armazenamento de dados de Denirson, às 7h08 e às 11h. Às 11h34, Denirson cancelou as passagens da viagem com a esposa para Miami, marcada para o dia 2 de junho, o que levou a polícia a acreditar que ele foi confrontado.

Reforço das suspeitas

O resultado apresentou, ainda, uma foto que reforçou as suspeitas dos investigadores quanto à participação da farmacêutica no crime. “O olhar dela, aflito, mostrava que ela não queria que a gente estivesse ali na cacimba. Ela também ficava o tempo todo querendo levar a gente para procurar o corpo em outro lugar”, disse o perito criminal Fernando Benevides, durante a apresentação do inquérito.

De acordo com os investigadores, quando o corpo foi encontrado, Jussara limitou-se a falar que tinha perdido o provedor e Danilo, 23 anos, filho mais velho do casal e suspeito de ter ajudado no crime, pediu o diploma. “Ele ficou o tempo todo com o diploma, inclusive na delegacia, afirmando que o ajudaria demais”, lembrou a delegada Carmem Lucia.

Um áudio compartilhado pela Polícia Civil (PC) mostrou Danilo implorando para que a mãe falasse a verdade. “Está nas mãos dela. Ou ela assume o que fez, ou a desgraça vai ser completa”. No áudio, Danilo diz ainda que “Ela tem que dizer. Eu preciso da minha vida de volta”. O reagente Luminol apontou sangue por gotejamento, escorrimento e contato no quarto de Danilo. (Fonte: Folha de PE)

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