MPPE consegue condenação de acusado de homicídio ocorrido há 28 anos em Serra Talhada

por Carlos Britto // 18 de novembro de 2016 às 15:02

Foto: reprodução

Um crime bárbaro que chocou a população do município de Serra Talhada (PE), no Sertão do Pajeú, em fevereiro de 1988, finalmente teve um desfecho. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) conseguiu a condenação do agricultor Paulo Roberto Pereira da Silva pela morte de sua noiva, Maria Auxiliadora de Menezes Gomes, de apenas 16 anos de idade. Paulo Roberto, apesar de estar foragido da Justiça, foi condenado a 17 anos de reclusão, pelo crime de homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). O julgamento foi realizado no Fórum de Serra Talhada, no dia 10 de novembro, mas a informação só foi divulgada ontem (17).

De acordo com o promotor de Justiça Vandeci de Souza Leite, na época em que ocorreu o crime, o réu chegou a passar sete meses preso. Ao conseguir a liberdade, por força de um habeas corpus, fugiu e até hoje continua foragido. “Apesar do lapso de tempo entre o homicídio e a condenação, o crime não prescreveu porque houve várias causas de interrupção do processo. O réu foi intimado por meio de edital e o juiz nomeou a Defensoria Pública para a defesa dele. Por isso o julgamento pode prosseguir, mesmo sem a presença do acusado”, explica.

Para o promotor de Justiça, essa condenação dá uma resposta à sociedade, pois a vítima foi morta por terminar o noivado com Paulo Roberto. “Esse crime mostra como o homem se sentia em relação à mulher. Já a condenação ilustra que houve uma mudança na mentalidade das pessoas e que a violência contra a mulher não vai ser tolerada”, disse, acrescentando que foi preciso estudar o caso de forma profunda, devido ao tempo transcorrido entre o crime e o julgamento.

O crime

Em 8 de fevereiro de 1988, na Fazenda Riacho do Bode, na zona rural de Serra Talhada, Paulo Roberto Pereira da Silva, então com 25 anos, munido de uma espingarda calibre 28, matou sua noiva, Maria Auxiliadora de Menezes Gomes, com um tiro de espingarda por não aceitar que a vítima terminasse o noivado. (fonte: Ascom MPPE)

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