Ex-aliado do prefeito de Petrolina Julio Lossio (PMDB), o vereador oposicionista Dr.Pérsio Antunes (PV) dá mostras de que não esquecerá tão cedo a frustração de não ter disputado uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nas eleições de 2014. E por culpa, segundo ele, de Lossio. As críticas de Dr.Pérsio Antunes, na sessão plenária da última terça (19), tiveram como pano de fundo o processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), aprovado pela Câmara dos Deputados.

Em discurso de alguns minutos, Dr.Pérsio deixou claro que nunca votou no PT – embora tenha saído candidato a vice prefeito em Campo Alegre de Lourdes, no norte da Bahia, no ano 2000, numa chapa encabeçada por um petista. Mas ele disse que não podia deixar de se solidarizar com seus colegas, Cristina Costa e Geraldo da Acerola, integrantes da bancada do partido de Dilma na Casa.

Dr.Pérsio tachou o PMDB de partido “traidor”, que se beneficiou de obras do governo federal a exemplo do Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, e no entanto foi o primeiro a pedir o impeachment da presidente. “É um partido que abraça pela frente e apunhala pelas costas”, disparou.

O vereador trouxe à tona novamente o episódio de dois anos atrás, quando rompeu com Lossio justamente porque o prefeito teria se comprometido a apoiar sua candidatura a deputado estadual, mas com a condição de que seguisse com ele no palanque de Dilma em Petrolina, pelas ações que havia conquistado para o município através do governo federal. Provocando os governistas na Casa, Dr.Pérsio disse ter saudade do “verdadeiro PMDB”, do qual já fizeram parte Miguel Arraes e Valdir Pires, além de Franco Montoro, Ulisses Guimarães e, mais atualmente, Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon.