Monitor aponta mudança no quadro da seca em Pernambuco no mês passado

por Carlos Britto // 28 de fevereiro de 2020 às 19:31

Foto: ilustração ANA

A última atualização do Monitor de Secas aponta que Pernambuco registrou um recuo da grave estiagem que abrange o Sertão do Araripe, Central e Pajeú, além da redução da seca extrema no Sertão de São Francisco devido às chuvas que caíram no sertão em janeiro. Por outro lado, assim como ocorreu na Paraíba, de acordo com os indicadores de curto prazo, houve um avanço das áreas sob seca grave e moderada no leste do estado, sobrepondo a área de seca fraca existente em dezembro de 2019.

Pernambuco apresentou uma grande variabilidade pluviométrica em janeiro, com variação de aproximadamente 20 mm no litoral a 250 mm no sertão pernambucano. Os maiores desvios negativos da média histórica foram observados no litoral. Os impactos continuam de curto prazo no extremo leste, e de curto e longo prazos no restante de Pernambuco.

Em janeiro deste ano aconteceram chuvas acima da média histórica em Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, leste e sul do Piauí, centro-oeste da Bahia e extremo norte do Ceará com precipitações acumuladas entre 250 mm e 300 mm. No centro-sul de Minas e no nordeste do Maranhão, as chuvas ultrapassaram os 400 mm em janeiro. Com isso, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas com seca sobretudo no Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais.

No histórico de janeiro as chuvas acumuladas atingem mais de 250 mm, enquanto em Minas Gerais os acumulados podem passar de 300 mm em algumas áreas e menos do que isso na divisa com a Bahia. Historicamente a chuva de janeiro no Espírito Santo não ultrapassa os 200 mm. Já para os estados do Nordeste, os acumulados de chuva esperados para o mês são inferiores a 100 mm em sua maioria, exceto para todo o Maranhão e o extremo oeste dos estados do Piauí e Bahia. Já o litoral norte e o Cariri no Ceará, juntamente com o Sertão da Paraíba, apresentam médias históricas superiores a 100 mm em janeiro.

Abrangência

O Monitor de Secas tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais e Tocantins. Os próximos estados a se juntarem ao Monitor serão Goiás e Rio de Janeiro, que já estão em fase de testes e treinamento de pessoal. Esta ferramenta realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazos. O Monitor vem sendo utilizado para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca.

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