Leitor critica revalidação de diplomas de universidades estrangeiras

por Carlos Britto // 28 de junho de 2011 às 22:15

O estudante Ademir Cristyan Barros enviou um artigo ao Blog criticando o processo para revalidação dos diplomas para estudantes de medicina formados em outros países. Veja o artigo:

Após o resultado insignificante de revalidações de diplomas estrangeiros, apresentado pelo projeto piloto realizado em 2010 (através do qual dos 628 médicos com diplomas estrangeiros inscritos foram aprovados somente dois candidatos), os Ministérios da Educação e da Saúde instituíram através da Portaria Interministerial n. 278, de 17 de março de 2011, o Exame Nacional de Revalidação de Diploma Médico – Revalida. Mais uma vez a séria e importante questão da revalidação de diploma estrangeiro é tratada pelas autoridades brasileiras de maneira ilusionista, iníqua e ilegal, conforme se demonstra.

A ilusão e as incongruências da nova proposta estão contidas no texto da própria Portaria Interministerial n. 278, quando ao definir seu objetivo, confirma sua inutilidade consoante os seus seguintes e expressos termos: “Art. 1º – Instituir o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por universidades estrangeiras, com a finalidade de subsidiar os procedimentos conduzidos por universidades públicas, nos termos do art. 48, § 2º, da Lei nº 9.394, de 1996, com base na Matriz de Correspondência Curricular. Ora, subsidiar significa contribuir, auxiliar ou ajudar. Ou seja, os ministérios envolvidos despendem significativos recursos, mobilizando inúmeras instituições e órgãos federais, para implementar um processo que visa simplesmente a auxiliar, de forma absolutamente inútil e desnecessária, a função que os próprios ministérios reconhecem ser prerrogativa das universidades públicas através dos demais dispositivos da mesma portaria, conforme se lê: “Art. 5º – Caberá às universidades públicas que aderirem ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por universidades estrangeiras, após a divulgação do resultado do exame, adotar as providências necessárias à revalidação dos diplomas dos candidatos aprovados universidades públicas para proceder à revalidação de diplomas.

Destaque-se que as universidades oficiais mais ciosas de sua autonomia didático-científica conferida pela Constituição Federal, como a Universidade de São Paulo – USP, Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e Universidade Estadual Paulista – Unesp, Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT, dentre outras, não aderiram ao indigitado exame nacional de revalidação.

A iniqüidade ou desigualdade na forma de tratar a questão torna-se gritante diante da existência do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes para os estudantes de Medicina de escolas brasileiras, instituído pelo Ministério da Educação e pelo INEP, com a participação do Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação Superior – SINAES, e elaborado segundo a mesma matriz de conhecimentos, competências e habilidades.

Dessa maneira, se já existe e vem sendo aplicado um exame para verificar a aptidão para um exercício profissional de elevada qualificação, por que a criação e exigência de outro exame distinto para os brasileiros ou estrangeiros formados no exterior?

A questão da ilegalidade é facilmente constatável ao confrontarmos o artigo n. 206 da Constituição Federal que, ao estabelecer os princípios aplicáveis à educação, elege a igualdade como sendo o primeiro deles, enquanto que a referida portaria ao criar o Exame Nacional para Revalidar Diploma Estrangeiro de Medicina, afronta tal disposição buscando disciplinar exclusivamente o segmento dos profissionais formados no exterior em medicina, deixando de lado milhares de outros profissionais também formados no exterior, nas áreas de: odontologia, enfermagem, engenharia, arquitetura, agronomia, administração, dentre outras. O objetivo de todos os que se formam no exterior é poder exercer regularmente a profissão a qual dedicaram anos de sacrifício e estudos. Assim, excetuando-se a advocacia, que possui exame de admissão profissional, restam as seguintes perguntas:

Como um país carente de profissionais universitários, pode abrir mão de toda a formação dos profissionais formados no exterior, quando os brasileiros e estrangeiros formados em diversas escolas brasileiras, muitas delas de nível extremamente duvidoso, saem para o exercício profissional sem qualquer exigência? Por que não se aplica integralmente as disposições da Resolução CNE/CES n. 01/2002, que determina a complementação dos estudos dessa quantidade enorme de profissionais formados no exterior, para a qual nosso Estado não despendeu qualquer recurso para a formação dos mesmos? Diante do exposto resta, claro, que as novas medidas adotadas, além de inúteis e reincidentes, encontram-se na contramão da lógica e da história evolutiva de nossa legislação, que sempre estimulou a imigração em nosso país.

Assim, concluindo de maneira sintética, entendemos que o novo exame proposto não vai resolver a importante questão da revalidação dos diplomas obtidos no exterior, isto porque o que a nova proposta realiza é simplesmente uma inversão nas etapas do processo de revalidação (há muito disciplinado pela Resolução CNE/CES n. 01/2002), antecipando a realização de uma prova, para posteriormente dar-se prosseguimento ao processo de revalidação pelas 31 universidades oficiais que aderiram ao exame.

Ademir Crystian Barros/leitor

Leitor critica revalidação de diplomas de universidades estrangeiras

  1. engenheiro disse:

    tem que ter cuidado mesmo com a qualidade.

    1. Matheus disse:

      A questão é bem delicada, porém como em muitos outros casos, ao invés de se encontrar uma solução adequada, o que se faz é tapar o sol com a peneira. Muito bem escrito o artigo.

  2. Flávio Arcângelis disse:

    Ademir, muito bom texto. Sou Flávio Arcângelis, secretário de comunicação do Diretório Central dos Estudantes da UNIVASF (DCE-UNIVASF). Também contribuo com o DAMUNI (Diretório Acadêmico de Medicina da UNIVASF) onde militei por bastante tempo e tive a oportunidade de criar algum acúmulo na área da saúde. Gostaria de solicitar seus contatos para conversas mais aprofundadas sobre o assunto. Um forte abraço.

  3. Demóstenes disse:

    É camaradas…quanto mais observo a situação da educação nesse país, mais chego a conclusão que esta se encontra no fundo do poço, acho piorar não tem como, é o caos!!!

    http://www.gestaoemtic.blogspot.com

  4. claro disse:

    Não li o texto todo. Muito longo e chato!!!

  5. maria das graças disse:

    Acho mesmo que a revalidação deve ser creiteriosa para garantir a qualidade, pois de médicos ruins (que esquecem gases e tesouras dentro de pacientes o Brasil já forma muito), porém não acredito que dificultar a inserção destes profissionais irá resolver alguma coisa. Na reportagem do Fantástico sobre este tema foi dito que a prova de revalidação do diploma é pratocamente “impassável” de forma que nem estudantes formados em federais por aqui tem condições de fazer. ou seja, é uma prova excludente mesmo com o fino propósito de não acolher quem formou em Cuba ou na Bolívia e etc… De qualquer forma o governo Dilma precisa enfrentar esta problemática com toda seriedade revendo esta prova ou estes critérios de revalidação de diplomas dos médicos, e, o mais importante UNIVERSALISANDO ESTE CURSO DE MEDICINA, seja em faculdades públicas ou particulares. Eu acho que ser médico não precisa ser um sonho distante e quase impossível, as pessoas precisam ter acesso, as vagas precisam ser ampliadas.

  6. maria luiza disse:

    Acho que este debate não se restringe aos médicos, estudantes de medicina e governo. É uma discussão onde a sociedade deve opinar, participar ativamente, pois quem tá ponta, quem precisa dos postos de saúde ou sofre com a falta de profissionais especializados mesmo tendo plano de saúde é a sociedade em geral. Muito bom você, estudante de medicina se atentar para este tema, e, é bom também que se reflita o papel do nobre profissional da medicina que em sua maioria visa somente seu lucro, seu status, e, não se importa em cumprir horários, em atender as pessoas com qualidade (pensam muito mais na quantidade), não querem trabalhar em PSF (principalmente no interior, pois 8 mil reais por mês é muito pouco), e por aí vai… Neste sentido acredito que a resistência na revalidação dos diplomas para quem se forma em outros países é muito meis por uma demarcação de território, de poder. Acho que a qualidade tá em terceiro plano, o que ncomoda mesmo a classe médica é o fato de pessoas que não estudaram nas federais vão ocupar espaço nas clínicas, hospitais. Tenho esta visão, porque como a medicina é um mercado muito competitivo, então nada melhor que concorrência pra baixar a bola de muita gente por aí!

  7. Maurício de Souza Santos disse:

    A qualidade na formação deve ser prioridade. Neste sentido o Estado tem que se fazer presente através do MEC e do Ministério da Saúde para que as universidades ou faculdades públicas e privadas cumpram regras, cumpram com seu dever de uma formação técnica eficiente e além disso propporcionando que os estudantes tenham uma formação humanística também, já que vão lidar com seres humanos. Gente, não consigo entender que pessoas que se formam para cuidar de pessoas (não de gatos, cachorros, plantas, pedras, terra) as vezes se comportam como estivesse diante de mero objetos. Assim, acho que a formação de médicos em Cuba tem muito a contribuir com a formação tradicional do Brasil. Além disso, o comprometimento com a profissão não é a UNIVASF quem vai garantir, nem tão pouco a Universidade lá da Bolívia, isso quem vai garatir é estudante que futuramente ocupará os consultórios.

  8. Maria disse:

    Ademir,
    Quem garante que esses diplomados no exterior tem qualidade?
    Estudar no exterior não é garantia nenhuma de qualidade, assim como no Brasil tem Universidades de boa qualidade, como tem de má qualidade, no exterior também tem de boa e de ruim. Não vamos nos iludir de que tudo que vem de fora só é bom.
    Conheço médico que se formou na Bolívia e é um péssimo profissional, enquanto o irmão que estudou aqui em Pernambuco mesmo é um excelente médico em São Paulo.
    Assim como os nossos profissionais formados aqui quando vão para o exterior, para poder trabalhar, tem que passar por todo um processo longo e até voltar a esquentar os bancos de faculdade para poder ter o direito de trabalhar lá, assim aqui no Brasil tem que ter critério mesmo.
    Não se iluda.

  9. doralice sapaio disse:

    tem que validar os diplomas mesmo! ter critério é importante, mas dificultar a entrada destes profissionais é supervalorizar os profissionais que estão por aí sem priorizar o prório juramento que fazem. Um dia achei que médico era uma profissão nobre, mas na verdade é um ofício como qualquer outro, e, o povo sofre porque não tem médico suficiente, tendo médico muitos dos problemas que as pessoas enfrentam serão minorados

  10. Pipiu do Brasil disse:

    Quem forma um bom Médico não é a universidade e sim a dedicação do estudante.
    Que os novos médicos necessitam ser avaliados, ninguém discorda. O que precisa mesmo, é não existir dois pesos e duas medidas. Se forem Brasileiros que estão em buscas dos seus sonhos, se sugeitando a todas as adversidades, merecem um tratamento igualitário na avaliação do mec.
    Que sejam avaliados, mais de forma igualitária com os que são formados aqui.

  11. brasileiro disse:

    os estudantes brasileiros que vão estudar fora do país, é porque não tiveram capacidade de passar nos vestibulares daqui, lá fora não tem vestibular, é só pagar em dinheiro, isso mesmo, aos professores que se formam, é assim que funciona meus amigos, por isso não devem mesmo trabalhar para matar o povo

  12. Ademy Cristyan disse:

    É nitidamente claro o meu objetivo com este artigo, “despertar à atenção da sociedade para o problemática da soberania medica”
    Hoje milhares de pessoas sofre nas filas por um atendimento medico que seja de “qualidade”. No entanto, por muitas vezes esta qualidade se coloca em questão nas tesouras, gases e grampos deixados pelos cirurgião. Até mesmo no atendimento de 2 minutos nas emergências dos hospitais. Não estou aqui, dizendo que a medicina da Bolivia, Chile, EUA, Argentina ou França seja melhor ou pior que a do Brasil.
    Direitos iguais, provas de nível adequando a graduação.

    Agradeço a todos pelo nível dos comentários e discernimento do artigo, que é de extrema relevância para o nosso Brasil!.

  13. Ademy Cristyan disse:

    Flávio Arcângelis,

    Toda discussão será bem vinda.
    ademycristyan@yahoo.com.br

  14. Dr House disse:

    Não vamos cair na besteira de apoiar a validação automática de diplomas extrangeiros, o programa do Fantástico apresentou uma matéria que é a realidade das faculdades de medicina da Bolívia e Argentina, de 600 inscritos na prova, apenas 2 passaram, ou sejam, o ensino médico dessas faculdades é de péssima qualidade.Outra curiosidade é que muitos dos profissionais formados nessas faculdades já começam suas carreiras cometendo crimes, exercendo ilegalmente a medicina, trabalhando clandestinamente, cometendo crimes de falsidade ideológica, trabalhando com CRM falsos e de médicos já falecidos com a conivência de prefeitos corruptos que fazem “Esquemas” com esses profissionais. O Brasil não precisa revalidar diplomas, temos bons profissionais aqui, são 180 faculdades de medicina, o 2º país em número de escolas médicas. O governo precisa é incentivar a fixação de médicos no interior do país, com concurso público, salários atraentes, avaliação de desempenho, gratificação por metas atingidas no SUS, não deixar que certos “´políticos” interfiram no trabalho desses profissionais, infra-estrutura adequada para um bom exercício profissional. Não adianta abrir as porteiras para médicos de formação duvidosa, isso seria um desserviço ao país, prejudicando os mais carentes, pois quem tem plano privado de saúde e não depende do SUS, certamente procura um bom profissional para cuidar de sua saúde e de sua família. Conheço vários profissionais formados na Bolívia e Argentina, a maioria são meros prescritores de medicamentos, não possuem raciocínio clínico e são muito limitados , devem ser barrados mesmo, somente após devidamente habilitados e capacitados deveriam trabalhar aqui no Brasil.

  15. Pipiu do Brasil disse:

    Esta demostrado claramente que esse Dr. House é um medico que está com medo de Perder o peitinho.
    KKKKK e ainda vem falar que os medicos precisam ganhar mais.
    Ah! para com isso Dr.

  16. Dr House disse:

    Esse ” Pipiu do Brasil” deve ser mais um que não passou na prova de revalidação e quer exercer a medicina” na tora”…procure estudar mais amigo, quem sabe na próxima você passa..rs

  17. mariana disse:

    Bem,senhores..
    o discurso é muito lindo,e o sus é belo no papel,mas infelizmente nao funciona na pratica…
    De fato concordo com a revalidaçao digna e justa,varios alunos da USP refizeram a prova de revalidaçcao da UFMT, no ano de 2008,que beleza caros colegas,nao passou ninguem..ALUNOS DA USP…SERA QUE FORA DO BRASIL SO TEM MEDICO RUIM..SERA QUE OS BRILHANTES DIPLOMAS DAS FACULDADES FEDERAIS VALEM A PENA…FACULDADES SUCATEADAS…QUE NAO DAO A MINIMA POSSIBILIDADE NEM CONDIÇOES DE ESTUDO..
    FESTA É A PALAVRA CHAVE PARA OS FORMANDOS NO BRASIL…
    CLARO NAO TODOS ALGUNS ALUNOS DEVEM SAIR BEM,COMO EM TODO LUGAR..E EM TODAS AS AREAS,A VERDADE SEJA DITA É NECESSARIO UM PROCEDIMENTO RIGOROSO DE DIPLOMAS COM TODAS AS UNIVERSIDADES,INCLUSIVE AS BRASILEIRAS QUE TB NAO TEM SERIEDADE EM SEUS VESTIBULARES….IMAGINEM SÓ NA AREA DO DIREITO É TAO BAGUNÇADO QUE É TUDO INDICAÇAO POLITICA,DESEMBARGADORES ABSOLVENDO TRAFICANTES,MERO INTERESSE OU JUSTIÇA..
    IMAGINEM UM PROCESSO DE REVALIDACAO QUE É UMA COISA TAO SIMPLES…ANTES DO FERNANDO HENRIQUE OS PERUANOS ENTRAVAM NO BRASIL DE BARQUINHO E POR AQUI FICAVAM E GANHAVAM SEU CRM,GANHAVAM…ASSIM FOI O TEMPO INTEIRO ANTES DE 1998…QUE CLASSE DE MEDICINA..ENTAO TEMOS QUE AVALIAR QUEM CHEGA,QUEM ESTAR E QUEM VIRA SEJE DE ONDE VIER MAS JUSTAMENTE E NAO INCONSEQUENTEMENTE,COMO FARA UM MEDICO PARA UMA PROVA DESSAS QUE HA 30 ANOS NAO LE UM LIVRO…
    BEM DEIXO COM VCS AS RESPOSTAS….É A NOSSA SAUDE EM JOGO E CADA DIA MAS BANAL….

  18. Eduardo Costa disse:

    Em primeiro lugar, deixemos claro que a maioria dos cursos de medicina no exterior são de boa qualidade. Não é a toa que a medicina da Colômbia ocupa, no ranking da Organização Mundical da Saúde, o melhor lugar nas Américas. Além disso, não é por ter cursos fracos que a Universidade de Buenos Aires cravou 3 prêmios Nobel na área de medicina (Frederico Leloir ganhou o prêmio de química, mas foi por descobertas em medicina, ou seja, hipertensão renal, nucleotides e metabolismo dos carboidratos).

    Acontece que a maioria dos estudantes que vão estudar na Argentina e na Colômbia não procuram as boas escolas. Mas há um processo simples de resolver o problema para o Brasil. O USMLE é reconhecido internacionalmente, como sério e sem polarização. A ELAM, em Cuba, oferece cursos de preparação para esse exame. Então, bastaria os estudantes brasileiros que fazem faculdade no exterior passar no USMLE e apresentar o comprovante de aprovação. Claro que os estudantes brasileiros também deveriam fazer o exame. Mas isso é outra história.

    Eu tenho sérias dúvidas de que um estudante que passou no USMLE tenha dificuldades em passar também no exame brasileiro; o USMLE é muito mais difícil e completo; por exemplo, o USMLE exige profundos conhecimentos de ciência básica (Anatomy, Biochemistry, Physiology, Pathology, Micro-Immunology, Pharmacology, and Behavioral Science). Mas se o inesperado acontecer, o Brasil não reconhecer o USMLE e o estudante passar no USMLE e for reprovado na revalidação, basta ir trabalhar em um país que reconheça o USMLE, ou seja, qualquer outro país do mundo (Estados Unidos, Canadá, União Européia, Índia, China, Japão, Nova Zelândia, etc.)

  19. dani disse:

    PLAGIO ESCANCARADO!!!!! esse texto não pertence ao suposto autor
    Ademir Crystian Barros, mas sim ao advogado Dr. José Galhardo Viegas de Macedo, veja no seu blog : http://viegasdemacedo.blogspot.com/

  20. Morais disse:

    Senhores(as)
    Venho com esta comunicar-lhes a respeito de minha indignacao com a lesgilacao brasileira no que diz respeito a revalidacao de diplomas.
    Eu e minha esposa viemos para os EUA no final da decada de 80 em busca de nova oportunidades de trabalho e melhor qualidade de vida. Felizmente conseguimos tudo isso. Porem 20 anos se passaram e resolvemos a voltar para o nosso Brasil antes da copa de 2014.
    Eu me formei em Engenharia em tecnologia eletronica em 1993(Eletronic Engineering Technology). Sai do Brasil formado como Tecnico em eletronica(CEFET-MG) e com 3 anos de experiencia na area. Logo apos a minha formatura nos EUA recebi uma proposta para trabalhar como Engenheiro de Campo para uma empresa alemas. Mas eu esperei um pouco mais, pois nesse trabalho tinha que viajar bastante. Aceitei uma proposta de uma multinacional na area de telecomunicacoes, no ano seguinte para trabalhar em Chicago como Analista de produto. Eu tenho um carinho especial com o diploma de Engenharia em eletronica porque gracas a esse diploma eu recebi o meu green card e ao mesmo tempo um reconhecimento do Senado Americano como estudante do ano em minha escola. Esta citation do senado Americano tambem guardo com muito carinho.
    Adorei a minha carreira e consegui fazer meu pe de meia com alguns anos de esforco, ja ha quase 20 anos trabalho para a mesma multinacional. Veja que nao eh facil se manter em uma empresa de tecnologia dentro dos EUA por tanto tempo. Quantos americanos ja se foram nos famosos layoff.
    Em 2010 obtive um segundo titulo em Adimistracao Tecnica (Technical Management). Eu aproveitei que a compania custiava meus estudos em cursos de graduacao e nao a nivel de mestrado e adquiri bastante conhecimentos na area de adiministracao e redacao tecnica.
    Logo apos minha formatura recebi uma proposta para trabalhar na filial da minha empresa em Sao Paulo. Porem, eu nao poderia exercer um cargo equivalente ao meu aqui, pois o Gerente pediu o CREA. O gerente me sugeriu revalidar meus diplomas. Assim o fiz. Em uma das viagens ao Brasil em 2011 eu dei entrada com a documentacao na UNIFEI de itajuba. Tambem, na mesma epoca conversei com o coordenador de curso da UFOP de Ouro Preto. O coordenador me aconselhou a nao entrar com a documentacao porque achava que a comissao que julga os diplomas estrangeiros iria negar a revalidacao. O Brasil nao tem curso superiores especificos em eletronica, que sejam registrados pelo MEC. Tambem, o curso mais proximo de adiministracao tecnica seria Engenharia de Producao.
    Tentei revalidar meu diploma de Engenheiro Americano na UNIFEI para Engenharia Eletrica e me foi negado. Nada fora do comum. As estatisticas nao sao das melhores. De cada 100 diplomas que a USP avalia para revalidacao 70 sao negados. Tenho aqui comigo todos os documentos originais que menciono nesse texto para comprovar o texto do indeferimento. Pela legislacao do Brasil, eu teria o direito de pelo menos ser testado ou fazer cursos complementares para obter o titulo no Brasil.
    Tambem fiz a inscricao em varias entidades privadas do Brasil afim de obter um Segundo titulo. As escolas superiores no Brasil tem uma opcao de segunda graduacao. Nesta inscricao, o aluno portador de titulo pode requerer uma avaliacao de classes para nao se repetir o que ja teve no curriculo anterior. As escolas nas quais eu fiz minha inscricao nao aceitaram meu diploma Americano e tambem nao permitiam que eu cursasse mestrado na instituicao. Bastante estranho, pois o principio de riprocidade nao esta sendo cumprido. Qualquer portador de titulo no Brasil tem as portas abertas em qualquer Universidade Americana seja a nivel de graduacao ou a nivel de mestrado. A unica coisa que se pede por aqui eh uma traducao dos cursos, e o mesmo tradutor indica na traducao uma equivalencia de titulo no diploma. E obiviamente a instituicao pode pedir um estudo complementar de materias que sao exclusivamente relacionadas ao mercado dos EUA. No caso de medicina, sao aplicados testes e aulas complementares.
    A grande vilan de riprocidade eh a propia lei.

    Esta informação se baseia na LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, no artigo e demais parágrafos descritos abaixo:
    “Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.
    § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
    § 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.
    § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.”
    Nao faz sentido que um professional ja praticando sua profissao a bastante tempo seja penalizado por uma lei tao banal.
    No caso de minha esposa eh ainda mais gritante.
    Ela se formou no Segundo grau aqui e tambem eh brasileira. Antes de minha vinda para Chicago , minha esposa ingressou em um curso superior de enfermagem em Boston. Nos nos separamos por 3 meses porque ela nao poderia abandonar os estudos no meio do caminho, e me acompanhar da noite para o dia. Assim ela terminou um semestre em Boston e veio para Chicago.
    Em 2000, ela se formou como enfermeira e se sentiu muito orgulhosa por conseguir isso, pois, foi a primeira na geracao de sua familia a ter um diploma universitario. Ela consegiu passar nos testes da associacao de enfermagem Americana na primeira tentativa e hoje eh Enfermeira chefe em um hospital de Chicago. Depois de mais de 10 anos na profissao, ela recentemente obteve um mestrado em ensino de enfermagem. Em 2011, minha esposa deu entrada para revalidacao de diploma de graduacao estrangeiro na USP. Praticamente ao mesmo tempo, ela foi chamada para ser professora de enfermagem em duas faculdades publicas em Chicago.
    Como nao poderia deixar de ser em janeiro de 2012 veio o balde de agua fria . A USP negou revalidar o diploma de Graduacao de minha esposa. No texto anexo da USP podemos perceber onde alegam que minha esposa mudou de escolas. Aqui eh muito comum vc mudar de municipio e ter que trocar de escola para manter os precos dos estudos. Chegaram a dizer tambem que o o curriculo nao tem essa classe ou aquela. Eu acho bastante dificil uma escola nos EUA ter exatamente o mesmo curriculo que uma escola no Brasil. A comecar pela carga horaria. A maioria dos Bacharels aqui tem uma media de 2100 horas sem estagio. Enquanto no Brasil sao mais de 3100 horas sem estagio. De cara 30% do curso nao existe.
    Em 2006 minha Irma veio para os Estados Unidos. Ela foi formada em odontologia pela UNIUBE e trabalhou varios anos para o governo brasileiro no Amazonas cuidando da saude dos nossos indios na cidade de Leticia no extremo oeste do Amazonas. A minha irma tem um sonho de cursar mestrado em uma instituicao nos EUA. Mas percebeu que o ensino universitario aqui eh carissimo. Nao deixando o sonho para tras, depois que ela se casou com um cidadao Americano, ela optou em fazer faculdade de enfermagem e trabalhar como enfermeira para custear o mestrado de odontologia.
    Nao deixando de mencionar, hoje a minha irma eh aluna na faculdade em que minha esposa leciona enfermagem. Um pequeno exemplo, para mostrar que as duas brasileiras sao de se orgulhar. Tambem podemos perceber que ninguem eh barrado de continuar seus estudos nos Estados Unidos. Ela tambem poderia ser dentista se quiser complementar estudos, e pagar a complementacao, que seria bem mais cara do que o curso de enfermagem.
    Recentemente, a presidente Dilma lancou um programa que se chama tecnologia sem fronteiras. Este programa fomenta a exportacao de estudantes brasileiros para outros paises, inclusive os EUA. Sao mais de 70000 bolsas em 4 anos. Eu acho uma excelentissima idea. Contudo, baseado em nossa legislacao atual esse programa eh illegal. O que eh legal para 7000 deveria ser legal para todos.
    No programa, o estudante pode fazer parte dos estudos aqui e parte dos estudos no Brasil. Com isso as classes que foram feitas em escolas no EUA seriam validas automaticamente no Brasil. Neste caso estariam indo contra a legislacao. Como ja coloquei aqui, as escolas nao revalidam parte de um curriculo, mas sim o curriculo inteiro. E na maioria das vezes nao tem meio termo. Eh sim ou nao.
    Desde ja peco desculpa pela falta de acentos nessa redacao. Estou escrevendo em um PC fora do Brasil usando um teclado para o idioma ingles.
    Se vc leu o texto e este assunto lhe interessa, entre em contato com ourominas@yahoo.com
    Vamos lutar nas redes socias para um Brasil melhor.

    1. Jose vascocellos disse:

      Uma sem vergonhisse essa nossa laei atual. Sera que alguemna enxerga que isso atrapalha o crescimento de nosso pais. Fora os burocratas.

  21. Jose barbosa disse:

    Bastante interessante a sua historia Morais. Uma pena que o Brasil nao valoriza profissionais de comprovada competencia e experiencia formados no exterior. Contudo, se vc fosse um americano eles receberiam de bracos abertos :(

  22. Medico disse:

    Parece-me lógico que o país precise se defender da entrada de médicos mal qualificados no sistema de saúde, o que não entendo é por que médicos brasileiros competentes, formados pelas melhores instituições internacionais, com ampla experiência, estão sendo barrados de exercer a sua profissão no seu país. Sou brasileira com 2º grau completo em conceituado colégio paulistano. Estudei Medicina na Inglaterra, onde adquiri 12 anos de experiência no sistema de saúde do governo (National Health System), chegando ao mais alto nível dentro da hierarquia de Consultant Obstetrician and Gynaecologist no prestigioso John Ratcliffe Hospital, hospital da Universidade de Oxford. Também trabalhei nos Camarões e durante um ano na Serra Leoa com os Médicos Sem Fronteir…as. Tentei por duas vezes revalidar meu diploma pela USP, gastei uma fortuna em documentação e viagens, mas o exame, que levaram seis meses para corrigir, foi feito para ninguém ser aprovado. Fiz mestrado em Saúde Pública no London School of Hygiene and Tropical Medicine. Também sou membro do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists e fiz parte do International Executive Board dessa Instituição. Não estudei Medicina para ganhar dinheiro, mas para ajudar os outros. Como meu país não quer aproveitar minha formação e experiência, estou atualmente trabalhando para uma ONG suíça numa região muito pobre do norte do Moçambique, encabeçando um projeto em Saúde Materna e Neonatal. Sinceramente não entendo por que a minha experiência não é levada em consideração neste processo de revalidação, e é muito pretensioso afirmar que todos os médicos formados no exterior são incompetentes.

  23. Rossi. T disse:

    Vergonha!! Profissionais advindos do paraguai … bolivia .. são açougueiros com diploma. Falo pq conheço as faculdades e já lecionei em algumas como como prof. Convidado. Deixar esses profissionais exercerem a medicina aqui no nosso país seria um crime. São profissionais com formação pífia. Verdadeiros açougueiros.

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