Junho é pior mês para o São Francisco na média histórica, e vazão do Lago de Sobradinho poderá ser reduzida para 570 m³/s

por Carlos Britto // 05 de julho de 2017 às 13:00

Lago de Sobradinho-BA. (Foto: Divulgação)

A forte estiagem continua na bacia do Rio São Francisco e a previsão é de que em novembro o nível de armazenamento de água no volume útil do Lago de Sobradinho, no norte da Bahia, fique abaixo de zero – conforme já divulgado por este Blog. A informação foi passada esta semana, durante reunião promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), para avaliação das condições hidrológicas da bacia e transmitida por videoconferência.

De acordo com relatório apresentado pela equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o mês de junho fechou com o registro de chuvas abaixo da média história. Conforme o coordenador-geral de Operações do órgão, Marcelo Seluchi, essa média na bacia do São Francisco é de 19 milímetros (mm), mas esse ano foi de apenas 4 mm. “E para os próximos 15 dias não há previsão de chuva significativa”, garantiu ele. Diante desse quadro, a expectativa é de que em novembro, quando acaba o período úmido, o reservatório de Três Marias, em Minas Gerais, esteja com apenas 5% de seu volume útil e Sobradinho com -1,1%.

De acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a solução para este último não chegar ao índice zero de armazenamento do seu volume útil, a sugestão seria aplicar uma redução ainda maior da vazão na região do Baixo São Francisco, saindo do patamar atual de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 570 m³/s. Para ser implementada, a medida depende de autorização do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A proposta não avançou, pois somente há poucos dias o Ibama encerrou a fase considerada de testes para implementar a vazão atual. Para emitir autorização nesse sentido, vários aspectos são avaliados – a exemplo da qualidade da água e os diversos impactos que podem ser registrados. Além dos Estados inseridos na bacia do São Francisco (ou seja, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), também participaram da videoconferência representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), da Marinha, Ministério do Meio Ambiente e o de Minas e Energia, entre outros.

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