Humberto Costa assume ‘mandato-tampão’ na presidência do PT

por Carlos Britto // 07 de março de 2025 às 14:39

Foto: Blog do Carlos Britto

O senador Humberto Costa (PE) foi escolhido para substituir Gleisi Hoffmann, nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, na presidência do PT. A sua indicação para o ‘mandato-tampão’, até 6 de julho, foi confirmada em reunião na sede do partido, em Brasília, nesta sexta-feira (7). A permanência dele até esta data, entretanto, ainda tem que ser ratificada em reunião do diretório nacional do partido. Ao fim do encontro, Costa afirmou que sua intenção é ocupar o cargo de forma interina, mas não descartou a possibilidade de se candidatar para comandar a sigla por mais tempo.

Em julho, o PT realizará eleições para a escolha de seu novo presidente. O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva é o nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ficar com o posto.

Integrantes da CNB, porém, alimentam a esperança de que Humberto Costa use o mandato tampão para se viabilizar para a eleição interna. “A minha interinidade será até a eleição direta. Houve dentro da CNB uma unanimidade à minha indicação. A minha ideia é um mandato tampão, ser interino, até para que possa cumprir a responsabilidade de conduzir o processo de eleição interna. Poder ser candidato à frente, eu posso, mas tenho outras responsabilidades dentro e fora do Senado”, afirmou o parlamentar após o fim da reunião.

A corrente Movimento PT, segundo maior força interna, referendou a escolha da CNB, o que foi suficiente para garantir Costa como presidente interino. Por ter sido escolhida por Lula para SRI, Gleisi é obrigada a deixar a presidência do PT. Tanto normas estabelecidas pela Comissão de Ética da Presidência como o estatuto do partido a impedem de permanecer no cargo.

Resistências

Mesmo próximo ao presidente Lula, Edinho ainda sofre resistências em setores do partido. A avaliação é de que apenas um “dedaço” do presidente da República pode mudar o quadro. Os críticos do ex-prefeito Araraquara dizem que ele não conseguiu eleger a sucessora em sua cidade na eleição do ano passado. Mesmo assim, Edinho tem viajado o país para se articular. O preferido de Lula defende que o partido deixe de lado a polarização com Jair Bolsonaro (PL), um discurso rejeitado por Gleisi Hoffmann, que vê o embate como inevitável. (Fonte: O Globo)

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