HU nega “esconder” pacientes em corredores e afirma que superlotação é causada por inoperância de gestores públicos

por Carlos Britto // 11 de fevereiro de 2020 às 11:02

Foto: Do Leitor/ 3º andar do hospital

O Hospital Universitário (HU) de Petrolina informou na noite desta segunda-feira (10) que não cogitou em nenhum momento “esconder pacientes para deixar uma boa imagem” sobre a administração e que tem implementado uma nova metodologia visando melhorar o fluxo e atendimento dos pacientes, embora trabalhe acima da capacidade prevista desde 2015.

A unidade, que é ligada a Universidade Federal do São Francisco (Univasf), ressaltou que apesar de ser referência em emergência de trauma da região, chega a ter dias de 200% de taxa de ocupação, e responsabiliza os gestores estaduais e municipais pela superlotação.

De acordo com o HU, a superlotação é consequência direta da falta de efetividade da Rede Interestadual, principalmente devido à inoperância de unidades que deveriam receber as demandas de baixa complexidade, como hospitais públicos de Senhor do Bonfim e Paulo Afonso, na Bahia. E que, por causa disso, ocorrem situações de filas de pacientes nos corredores da unidade.

Sobre a situação dos acompanhantes de pacientes dormindo em papelão no chão, a assessoria do hospital destacou que o HU-Univasf preza pela humanização de seus serviços e busca sempre acomodar a todos dentro da sua capacidade, da melhor forma possível, mas que, por conta da superlotação, não é possível acomodá-los, mas que todos são orientados sobre esse contexto.

Foto: Divulgação/ HU Ascom

Confira a íntegra da nota:

“Sobre a matéria intitulada “Familiares de paciente denunciam macas em corredores e acompanhantes dormindo em papelão no Hospital Universitário”, publicada pelo Blog do Carlos Britto, o HU-Univasf esclarece que atua desde 2015 acima da sua capacidade visto que, além de atender diversas especialidades, é o único hospital referência em emergência de trauma da região. O hospital já chegou a ter dias de 200% de taxa de ocupação.

É necessário frisar a devida responsabilidade dos gestores estaduais e municipais de saúde da Rede PEBA quanto ao problema de extrapolação da capacidade de atendimento enfrentado pelo HU. Nesse sentido, esclarecemos que a superlotação é consequência direta da falta de efetividade da Rede Interestadual, sobretudo no tocante à inoperância de unidades que deveriam receber as demandas de baixa complexidade em traumato-ortopedia como hospitais públicos de Senhor do Bonfim-BA e Paulo Afonso—BA. A situação de inoperância dessas e outras unidades acabam por penalizar o Hospital Universitário e seus pacientes, quadro que vem sendo denunciado insistentemente pelo HU-Univasf desde 2017, através de reuniões, fóruns e audiências públicas com as autoridades locais.

Dentro desse contexto e visando melhorar o fluxo e o atendimento dos pacientes, o HU tem implementado diversas iniciativas, sendo uma delas o projeto “Lean nas Emergências”, do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, conforme noticiado por este e outros meios de comunicação da região. [confira aqui]

O “Lean nas Emergências” busca o aperfeiçoamento de processos desenhada para assegurar fluxos contínuos e eliminar desperdícios. Essa iniciativa resultou na possibilidade de pacientes serem alocados em outras áreas que não aquelas às quais estavam alocados antigamente. Não se cogitou em nenhum momento “esconder os pacientes para deixar uma boa imagem”, já que a situação de superlotação é consequência da alta demanda na unidade e não de falta de atendimento ou de gestão. Já sobre o pernoite dos acompanhantes, é importante destacar que o hospital preza pela humanização dos serviços e busca sempre acomodar a todos dentro da sua capacidade, da melhor forma possível. Entretanto, por conta da superlotação, não é possível acomodá-los, sendo todos orientados sobre o contexto.

Vale destacar que o HU-Univasf é acompanhado e fiscalizado por órgãos de saúde, jurídicos e administrativos/financeiros como Ministério Público (federal e estaduais), Tribunal de Contas, Ministério da Saúde, Conselhos Profissionais, entre outros. Não obstante, por iniciativa do hospital, mensalmente são enviados relatórios de produção assistencial aos órgãos de controle, os quais são ainda disponibilizados no site institucional.

Por fim, e como sempre, o HU-Univasf se coloca à disposição da imprensa, autoridades e população em geral para prestar quaisquer esclarecimentos”.​

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