Foi encerrada nesta terça-feira (24) a Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos. A ação tem como objetivo incentivar as melhores práticas entre o público em geral, profissionais de saúde e formuladores de políticas para evitar o surgimento e propagação de infecções resistentes a medicamentos.

A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) expandiram, inclusive, seu foco de “antibióticos” para o termo mais abrangente e inclusivo “antimicrobianos”. “Isso pensando em facilitar uma resposta global mais inclusiva à resistência aos antimicrobianos, apoiando assim uma abordagem multissetorial de saúde única, com maior envolvimento das partes interessadas”, esclareceu a coordenadora de farmácia do Hospital Dom Malan, Denise Brecci.

Um plano de ação global para enfrentar o problema crescente de resistência a antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos foi endossado na 68ª Assembleia Mundial da Saúde, ainda em 2015. De acordo com os especialistas, o uso indevido ou em excesso de antimicrobianos é responsável por uma das maiores ameaças à saúde pública na atualidade: a resistência antimicrobiana, que provoca alterações genéticas em bactérias, fungos, vírus e parasitas que os tornam resistentes aos medicamentos usados para combatê-los.

“Dessa forma, inúmeras doenças que hoje são tratadas com antimicrobianos correm o risco de se tornarem intratáveis, podendo provocar a morte de pacientes. Vários procedimentos realizados hoje com segurança, como o tratamento de infecções comuns, transplantes de órgãos, quimioterapia e cirurgias podem apresentar um risco no futuro”, reforçou Denise. A OMS estima que até 2050 as infecções por microrganismos resistentes podem causar a morte de cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo uma a cada três segundos,  superando os números de  morte por câncer atualmente.

Medidas

Algumas medidas são essenciais para conter o avanço da resistência antimicrobiana. Para isso, é preciso que profissionais de saúde e população se conscientizem sobre a importância de seguirem algumas dicas preventivas como: prescrição adequada de antimicrobianos; uso de antimicrobianos apenas com receita médica (nada de compartilhar medicamentos e receitas); dosagem e duração de tratamento exatamente como indicadas na receita; as vacinas devem estar atualizadas; estabelecer processos eficazes de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS); e principalmente, supervisionar as práticas de prevenção destas infecções.