Gado resistente ao calor ganha certificação genética no Semiárido

por Carlos Britto // 10 de junho de 2025 às 20:32

Foto: Ascom Embrapa Semiárido/divulgação

Um dos rebanhos mais adaptados às condições extremas do Semiárido brasileiro acaba de ser oficialmente reconhecido por sua pureza genética. Após quase dois anos de trabalho, a Embrapa Semiárido em Petrolina recebeu o registro de Pureza de Origem (PO) para seu rebanho da raça Sindi, concedido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A certificação é a segunda e última etapa de reconhecimento da qualidade genética dos 91 animais da unidade, entre machos e fêmeas, e abre caminho para sua utilização em programas de conservação e melhoramento genético da pecuária na região.

O registro chancela a origem dos animais e permite que a Embrapa amplie a oferta de material genético certificado – como sêmen, embriões e exemplares vivos – para pecuaristas que buscam animais mais adaptados ao clima quente e seco do Semiárido. A conquista é fruto de uma articulação técnica com a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), que auxiliou a Embrapa nos trâmites exigidos pela ABCZ.

O rebanho da Embrapa Semiárido é hoje um dos mais puros do Brasil. Com o registro, poderemos socializar esse material por meio da venda de sêmen, embriões e animais vivos, todos com documentação e certificação genética“, declara o pesquisador Rafael Dantas, responsável pelo Núcleo de Conservação da Raça Sindi.

Para o conselheiro da ABCZ José Kléber Calou Filho, é fundamental esse trabalho que a Embrapa, a ABCZ e a ABCSindi fizeram para oferecer à pecuária um rebanho com a genética tipicamente Sindi. “Ganha não só o Semiárido, mas ganha toda a pecuária nacional“, destaca. Calou ressalta que vai ser de grande interesse para os produtores de Sindi incluir no seu rebanho a genética que está recebendo esse registro. “É um material rico nessa genética zebuína, que vem fortalecer a cadeia do Sindi no Brasil, uma das raças que mais está crescendo no cenário da pecuária nacional“, afirma.

Rigor técnico

O processo de registro seguiu todos os trâmites exigidos pela ABCZ. Dada a complexidade da escrituração inicial do rebanho, foi firmado um termo de cooperação técnica entre a Embrapa e a ABCSindi, que atuou como articuladora entre a Empresa e a ABCZ. “A ABCSindi foi fundamental para demonstrar à ABCZ que os animais da Embrapa tinham potencial para serem registrados. Foi essa articulação que viabilizou o reconhecimento oficial do nosso rebanho como PO“, explica Dantas.

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