Numa nota conjunta, alunos do Vale do São Francisco questionam à Univasf o porquê de não adotar a bonificação regional, que beneficiaria a classe na região, contrariando inclusive outras federais do país. Confiram:
Caro Carlos Britto, há um problema que ronda a vida de milhares de estudantes sertanejos que almejam ingressar no ensino superior: a ineficiência da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em conceder a bonificação regional. Nesse caso, a Univasf insiste em não adotar tal medida, o que vai de encontro à tendência de outras universidades, como a UFRN, UFAL, UFAM, UFAC, UFPE, UFPA, etc.
Nesse contexto, convém notar em que consiste tal bonificação. Diante disso, inúmeras universidades no Brasil concedem um aumento na nota do Enem no processo Sisu para alunos da modalidade Ampla Concorrência de regiões estabelecidas pela instituição. Por exemplo, a UFRN determina um aumento de 20% na média final do Enem para estudantes do Rio Grande do Norte e algumas localidades da Paraíba. Assim, um aluno com média 700 com pesos ficará com uma nota de 840 na Ampla Concorrência. Todavia, pode-se argumentar que basta o aluno estudar mais para atingir a nota capaz de concorrer onde existe o bônus.
Ledo engano. A razão disso é que, dependendo da média do estudante contemplado com a medida, a nota final pode passar a média geral do Enem. Por exemplo, ainda utilizando-se o caso da UFRN, um aluno com média de 760 com pesos, ficará com uma nota de 912 pontos, uma nota impossível de se atingir via média simples sem auxílio da bonificação, haja vista que, conforme o Inep, a maior nota possível em 2018 no Enem via média simples foi de 906,6 pontos.
Posto isso, visando a reduzir os prejuízos para os alunos do Sertão de Pernambuco, é imprescindível que a Univasf adote a bonificação regional. Isso porque os alunos do Vale do São Francisco, onde encontra-se a instituição, ficam impossibilitados de concorrerem de forma justa nas universidades que adotam o bônus e não contemplam a região destes. O mais absurdo é que embora a UFPE adote o bônus em Pernambuco, exclui os alunos do Sertão, já que essa medida vale somente para o Agreste e Zona da Mata, tendo em vista que setores da UFPE afirmam que como a Univasf está localizada no Sertão (em Petrolina), é mais coerente a Universidade Federal do Vale do São Francisco adotar o bônus para os sertanejos. Não obstante, a instituição afirma que não é necessário, tendo em vista dois argumentos: já existe a Política de Cotas e cerca 70% das vagas já são ocupadas por regionais.
Entretanto, a Política de Cotas nada tem relação com a bonificação regional, pois o bônus é uma medida que aplica-se somente para os alunos da modalidade Ampla Concorrência. Além disso, o critério de ocupação enunciado pela Univasf não se sustenta, uma vez que não foi tomado por outras instituições que estabeleceram a política de bônus, já que a Portaria Normativa n° 21/2012, que estabelece as forma de ingresso no Sisu, não define a tese de um número mínimo de ocupação local como razão para adoção do Argumento de Inclusão Regional.
Porém, ainda que consideremos a ideia de aproximadamente 70% das vagas ocupadas por regionais como válida, o curso de Medicina, por exemplo, tem incidência inferior ao estabelecido por esse critério na modalidade de Ampla Concorrência. Logo, será que a Univasf acredita ser justo manter os sertanejos sem direito ao bônus, ao passo que inúmeras universidades no país caminham em direção à adoção dessa medida para as populações de suas localidades?
Vale notar, ainda, que é de interesse social da região do Vale do São Francisco que a Univasf adote a bonificação. Prova disso é que há grupos de estudantes que lutam por essa ideia desde meados de 2015, mas a Reitoria da Universidade insiste em não ouvir os anseios da população regional, o que configura uma arbitrariedade contra a sociedade sertaneja.
Assim, a adoção do bônus não constitui uma questão de ser contra ou a favor, mas um posicionamento em direção à reversão de uma injustiça. Outrossim, a instituição desconsidera o fato de que o bônus irá beneficiar social e economicamente a região de abrangência da universidade, tendo em vista que essa política possibilitaria a permanência dos estudantes em suas regiões e, com isso, a formação dos alunos locais em áreas sensíveis para as regiões interioranas dos Estados em que a instituição possui extensões. Por exemplo, Enfermeiros, Médicos, Engenheiros, Médicos Veterinários, Psicólogos, Zootécnicos, Cientistas Sociais, entre outros. Assim, ampliando as oportunidades para as populações locais, e, portanto, gerando renda local.
Diante disso, esperamos uma ação concreta da Univasf no sentido da adoção do Bônus Regional para tentarmos agir contra essa injustiça que aflige os estudantes sertanejos.
Respeitosamente,
Alunos do Vale do São Francisco em prol do Argumento de Inclusão Regional na Univasf.
O problema é que a Univasf tá cheia de forasteiro que não tá nem aí pra o povo da região.
Tá sobrando vaga em Engenharia. Faça Engenharia. Simples assim.
Forasteiros incompetentes. Basta olhar o Curriculum Lattes do reitor e do seu vice: dignos de pena,ridiculos Mas arrotam conhecimento, que não sei de onde tiraram. Depois vão dizer que estão na administração. Em um país sério não seriam nem professores adjuntos, quanto mais reitor e vice.
O repetitivo lobby dos cursinhos de medicina. Ensinem melhor seus alunos.
Quando houve a interiorização das faculdades federais no interior, visava principalmente dar oportunidade aos estudantes da região, que após formados ficariam em suas regiões, contribuindo com o desenvolvimento. O que é observado tanto no campus Pettolina como Paulo Afonso, que a maioria já é de outras regiões. A maioria das federais já adotam isso. Faz necessário a bonificação regional